No dia do Produtor Rural, celebrado na terça-feira, 25, o Sebrae divulga os resultados de uma pesquisa sobre o grau de acesso à Tecnologia da Informação e Comunicação por parte dos agronegócios. Ao todo, 4.467 produtores rurais foram entrevistados em todo País nas 27 unidades da federação. O levantamento ocorreu entre 29 de março e 12 de abril e revela que os gaúchos estão em primeiro lugar entre os que mais utilizam o celular em todo Brasil, com um índice de 98,5% dos entrevistados.
Embora o Estado seja destaque em utilização de telefones móveis no campo, a pesquisa “Tecnologia da Informação no Agronegócio” identificou que os produtores rurais gaúchos estão descontentes com a qualidade do acesso à internet. O Rio Grande do Sul registrou uma das cinco piores avaliações de conexão do País, com uma nota de 5,6, ficando à frente apenas do Mato Grosso, Goiás, Pará e Roraima. Além disso, 51,4% dos gaúchos informaram que não possuem provedor ou o sinal da região é muito ruim.
Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, a pesquisa confirma a necessidade de investimentos no meio rural, de modo a aumentar o acesso dos produtores às Tecnologias da Informação. “No mundo atual, em que o pequeno produtor precisa agregar valor ao seu trabalho e se diferenciar do restante do mercado, o acesso aos instrumentos digitais é fundamental para a conquista de novos públicos consumidores e para elevar o nível de competitividade do negócio”, comenta.
Outro dado da pesquisa que chama a atenção refere-se ao tipo de conexão utilizada nas atividades rurais no Estado. A maioria das propriedades daqui, 44,2%, ainda usa internet via rádio, o que talvez explique a insatisfação com a qualidade do sinal, que costuma ser mais variável, em função de mudanças climáticas. Já o link dedicado via fibra ótica alcança apenas 1,9% dos entrevistados, o que demonstra uma oportunidade de expansão do alcance dessa tecnologia no Rio Grande do Sul.
As dificuldades de acesso à internet, entretanto, não impediram a realização de compras virtuais, já que 65,4% dos produtores gaúchos ouvidos revelaram ter adquirido insumos ou mercados via web. Mas eles ainda não utilizam essa ferramenta para seus próprios negócios, já que apenas 34,6% divulgam suas empresas via site.
No quesito gestão, a contradição entre o Estado que mais utiliza o celular no campo e a aplicação efetiva dessas ferramentas de comunicação fica mais evidente. De todo Brasil, os agricultores daqui são os que mais fazem o controle das receitas, despesas, custos e estoques do negócio rural no papel, com 55,3% dos entrevistados, enquanto 17,3% faz essa gestão no computador com planilhas e 4,6% faz uso de programas para controle financeiro.
Para Afif Domingos, “garantir o acesso dos pequenos produtores rurais à internet é, não somente, assegurar um direito, mas também uma forma de atrair os jovens de volta para o campo e aumentar a renda desses empreendimentos por meio dos ganhos diretos e indiretos proporcionados pelo uso dessas tecnologias”.
RS na pesquisa
- 98,5% dos entrevistados usam aparelho celular.
- 5,6 é a avaliação da conexão da internet do celular (uma das cinco piores do Brasil).
- 75,3% usam a internet pelo celular para questões pessoais e relacionadas ao empreendimento rural.
- 44,2% utilizam a internet via rádio nos negócios rurais.
- 26,9% usam internet banda larga móvel (3G/4G).
- 17,3% acessam via banda larga (ADSL).
- 3,9% têm internet via satélite.
- 51,4% não têm provedor ou o sinal da região é muito ruim.
Qualificação
Alinhado a esta nova realidade do agronegócio gaúcho e sabendo da força do setor para a economia do Rio Grande do Sul, o Sebrae/RS desenvolveu uma série de capacitações na modalidade a distância especialmente com foco no produtor rural. São cursos, webséries e vídeos que abordam temas como gestão, boas práticas, sucessão familiar e sustentabilidade. A escolha dos temas têm como referência as principais necessidades encontradas pelos empreendedores quando o assunto é gerir uma propriedade rural. Para acessar basta entrar no portal do Sebrae/RS: www.sebrae-rs.com.br. As capacitações são gratuitas.