É incomum ouvir falar de aedes aegypti no inverno – mas quando isso acontece, o sinal é de alerta. “Um inverno sem temperaturas baixas é prato cheio para o aedes aegypti”, confirmou a coordenadora do núcleo de vigilância ambiental em saúde, Ivânia Silvestrin. De fato, os dias frios ajudam muito no combate à proliferação do mosquito causador da dengue, da febre chikungunya e do vírus zika. Com o aumento da temperatura nessa época do ano também cresceram os índices de procura pela Vigilância Ambiental para extermínio de larvas e mosquitos adultos pela cidade. De acordo com Ivânia, todos os bairros – sem exceção – possuem registro de focos do inseto. No momento, o trabalho de maior ênfase está sendo realizado no bairro São Cristóvão. Ainda assim, um roteiro foi criado pelo núcleo para atender a todos os bairros. “Em todos encontramos larvas e mosquitos adultos do aedes”, disse ela.
Desde o início do ano, foram 20 casos notificados de dengue (sem confirmação) e 15 de febre chikungunya – com a confirmação de um caso importado do estado do Mato Grosso em abril. Ainda existem outros casos suspeitos, mas sem confirmação até o momento. “Ter o clima desse jeito nessa época do ano é bem preocupante. Praticamente não tivemos inverno. Tivemos temperaturas baixas, mas não o suficiente para o controle. Por isso continuamos pedindo que a comunidade faça sua parte”, ressalta a coordenadora do núcleo. O frio é aliado importante na prevenção da proliferação – e consequentemente, das doenças causadas pelo mosquito. “No ano passado tivemos temperaturas muito baixas, o que ajudou no controle, mas ainda assim tivemos muitos casos de proliferação do mosquito no verão. Certamente teremos muito mais casos neste ano por causa da ausência do frio”, explicou ela.
Legislação e fiscalização
A lei municipal nº 5.173/2015 atenta para os riscos e a forma de prevenção do mosquito. Sendo o texto, os inquilinos ficam obrigados a conservar a limpeza do terreno e descarta qualquer hipótese de água parada – o maior berço de proliferação do mosquito. A desobediência pode levar a advertência, multa e até interdição do local, em casos extremos e reincidentes. No caso da autuação, os valores podem ir de R$ 2 mil (leves) a R$ 4 mil (graves). “Como recebemos muitas denúncias, ter a legislação municipal em nosso favor ajuda muito na prevenção e, principalmente, na conscientização para a eliminação dos focos. A recomendação segue a mesma: não deixar água parada sob hipótese nenhuma”, pontuou.