Trote ainda é comum nos órgãos de segurança pública

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Para tentar diminuir frequência de trotes, Corpo de Bombeiros aposta na prevençãoPara tentar diminuir frequência de trotes, Corpo de Bombeiros aposta na prevenção
Para tentar diminuir frequência de trotes, Corpo de Bombeiros aposta na prevenção
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A cena não é corriqueira, mas ainda comum em Passo Fundo: na noite da última segunda-feira (7), três viaturas foram acionadas para atender uma mulher que aparentemente teria sido alvejada a tiros pelo marido. Por volta da meia noite, as equipes dos Bombeiros, da Brigada Militar e do SAMU chegaram no local - um prédio de moradores do bairro Vera Cruz. “Era trote”, lembrou o comandante do 1º Pelotão de Bombeiros da Brigada Militar de Passo Fundo, o tenente Paulo Roberto de Souza. De acordo com ele, é comum que situações semelhantes se repitam na cidade. Como as ligações de emergência são gratuitas, a chance de haver trote se torna bastante elevada. “Os trotes mais comuns são de crianças em orelhões localizados em frente de escolas. Nestes casos, nossos telefonistas já conseguem filtrar sem fazer com que isso se torne um transtorno maior”, explica ele.

No SAMU, as chamadas falsas intensificam a dificuldade em atender todo município. Como Passo Fundo só possui uma ambulância, o socorro sério pode ficar para trás por causa de uma brincadeira. Situações semelhantes não ficam só na teoria: no início deste ano, a equipe de plantão recebeu o chamado de que havia um acidente na RS 135, próximo ao bairro São José com óbitos no local e crianças presas às ferragens. Os socorristas avançaram as buscas em meio ao matagal e nada foi encontrado. Mais um trote de mau gosto. “Temos só uma ambulância que atende a cidade e o interior, então esse tipo de situação dificulta o nosso trabalho. Depois disso, ficamos sabendo que uma senhora foi atropelada, teve fraturas graves e não pudemos atendes pois estávamos tentando descobrir onde estava o falso acidente”, relata a socorrista Crisiane Oliveira. Na época, o Samu chegou a registrar um boletim de ocorrência com o número de telefone do chamado.

Casos como estes só não são mais frequentes porque as chamadas do Samu passam por triagem na central de distribuição em Porto Alegre. “Não temos uma estatística de quantos trotes recebemos por mês, mas sabemos que ainda existe um alto índice. Muitas vezes os telefonistas identificam a brincadeira de mau gosto, mas, enquanto isso, a linha fica interrompida, o que atrapalha todo o trabalho”, declarou a enfermeira coordenadora do Samu em Passo Fundo, Caroline Gosch.

Leve diminuição

Ainda que casos como estes persistam, o volume de trotes para o 190 - Brigada Militar caiu consideravelmente. A informação é do comandante interino do 3o RPMon, o major Paulo Sérgio de Carvalho. “Os servidores da Sala de Operações relataram que o número de trotes caiu muito. No final do ano passado, estávamos tendo problemas muito frequentes com isso, mas resolvemos o problema”, disse ele. Conforme o major, os autores foram investigados e identificados através dos números de telefone. Ele ressalta que a falsa comunicação de ocorrência é crime.

Aos Bombeiros, no entanto, a estimativa é que sejam registrados de quatro a cinco chamadas falsas por dia. O deslocamento da viatura, no entanto, só ocorre em casos muito bem elaborados - quando realmente não se identifica a mentira do outro lado da linha. Mesmo assim, com as linhas ocupadas não se pode atender outros chamados - muitas vezes com gravidade. Para evitar que isso aconteça, os Bombeiros trabalham com a prevenção. “Buscamos orientar pais, responsáveis e educadores para que enfatizem a importância de não fazer este tipo de brincadeira. Deixamos claro que uma ocorrência não tem hora para acontecer. A qualquer momento alguém pode precisar deste serviço e ficar sem”, pontuou o tenente Paulo Roberto.

Para emergências 

Bombeiros: 193

Brigada Militar: 190

SAMU: 192 

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