Hospital Veterinário faz implante de marca-passo em cachorro

Implante feito no último mês foi o primeiro realizado com sucesso na UPF e o terceiro no estado

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Ao todo, sete profissionais participaram do processo cirúrgicoAo todo, sete profissionais participaram do processo cirúrgico
Ao todo, sete profissionais participaram do processo cirúrgico
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Uma equipe do Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF) realizou no último mês uma cirurgia pouco convencional. Liderado pelo médico-veterinário Ricardo Oliveira, o grupo implantou um marca-passo em uma cachorra da raça Yorkshire. A cirurgia, que aconteceu no dia 10 de julho, foi a terceira no Rio Grande do Sul e a primeira realizada na UPF com sucesso – outro implante já havia sido feito, mas o paciente não sobreviveu.

A paciente chamada Moee, de 11 anos, chegou ao Hospital Veterinário no dia 7 de julho após apresentar quadros de desmaio. Após a avaliação, Oliveira identificou que ela sofria de um bloqueio atrioventricular, ou seja, uma falta de sincronismo entre átrios e ventrículos que faz com o átrio bata de forma independente do ventrículo e, consequentemente, com que o coração não consiga mandar sangue para o restante do corpo. “Esse animal chegou aqui com uma frequência cardíaca de 40, enquanto deveria ter uma frequência de 150, 160. A gente identificou esse bloqueio e, devido a severidade da condição, identificamos que a melhor opção seria o implante do marca-passo, na maior brevidade possível”, explicou o médico-veterinário. 

Ao todo, sete profissionais participaram do procedimento, incluindo um cirurgião vascular, que também auxiliou na aquisição do marca-passo, que é idêntico ao utilizado em seres humanos. De acordo com Oliveira, a resposta de Moee foi muito positiva e, já no dia seguinte, a cachorrinha conseguiu se alimentar e passear com a dona, o que, para ele, como médico-veterinário, foi muito gratificante. “Essas cirurgias são muito realizadas em pessoas, porém, na área veterinária, isso não acontece com tanta frequência. E, para nós, que trabalhamos em uma universidade, que divulga bastante o ensino e a pesquisa, foi extremamente importante, ainda mais com a plena recuperação da paciente”, destacou. Para o médico-veterinário, a cirurgia foi uma conquista muito grande. “Mostra que a medicina veterinária e a medicina humana somam esforços para salvar qualquer tipo de vida”, completou. 

A tutora de Moee, Marcia Mozzato Bergamo, se disse emocionada com o tratamento e com a recuperação de sua cachorrinha. “Ela estava muito ruim e agora só quer correr. A respiração dela voltou ao normal. É muito bom saber que o bichinho que a gente ama tanto vai ficar bem e terá chance de conviver conosco por mais tempo”, comentou.

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