De Galaxie ao Uruguai III

Grupo de apaixonados por carros antigos viaja, pela terceira vez, ao Uruguai e percorre cerca de 2,5 mil quilômetros

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Média geral de consumo de combustível foi de 5,12 Km/lMédia geral de consumo de combustível foi de 5,12 Km/l
Média geral de consumo de combustível foi de 5,12 Km/l
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Conhecidos pelo conforto que proporcionam, os Galaxies marcaram sua época e ainda hoje despertam a curiosidade por onde passam. Se sozinhos já são atração, imagina em grupo. Apaixonados pelo modelo, um grupo de 20 pessoas resolveu encarar uma viagem de cerca de 2,5 mil quilômetros pelo Rio Grande do Sul e Uruguai. Na passagem pelo Taim, Chuí, Punta Del Este, Montevidéu, Colônia do Sacramento e outros lugares, o que não faltou foram trocas culturais e amizade.

Esta, no entanto, não é a primeira viagem realizada pelo grupo, como o próprio nome sugere “De Galaxie ao Uruguai III”. Quem conta é Nino Feijó, um dos integrantes desta jornada. Desde 2009, quando surgiu a ideia, foram três viagens ao Uruguai e uma ao Chile, quando chegaram ao Pacífico e atravessaram a Cordilheira dos Andes. A última aconteceu no início deste mês e os cinco carros do grupo, todos produzidos na década de 1970, mais uma vez demonstraram resistência para enfrentar o trajeto. Este também foi o maior grupo, foram 20 pessoas, nas anteriores viajaram entre 12 e 15 pessoas.

As escolhas

Os integrantes do Auto Club Veículos Antigos carregam a paixão pelo antigomobilismo há tempo. Ainda quando começaram a planejar a viagem, a escolha pelo modelo Galaxie foi natural. “Todos tinham carro antigo e como precisávamos de um carro que desse conforto para a viagem, optamos pelo Galaxy que é um carro espaçoso”, explica ressaltando que o modelo é o maior produzido nacionalmente. “Realmente não nos arrependemos, o conforto é bom, acomoda bem a todos, apenas o consumo de combustível que é alto, mas não é impeditivo”, conta.

A média geral de consumo de combustível foi de 5,12 Km/l. “Mas se gasta mais em comida do que em gasolina”, brinca. Cada veículo fez em média 2.470 quilômetros. No total, foram consumidos 2.418 litros de combustível. A melhor média ficou com o Galaxie 500, ano 1978, que fez 5,78Km/l. A pior média ficou com o Galaxie 500, ano 1973, com 4,68 Km/l.

A escolha pelo Uruguai para a realização de três viagens não é coincidência. Além dos integrantes do grupo terem interesse por coisas antigas, que são facilmente encontradas à venda no país vizinho, a condição das estradas, sinalização e a gentileza dos uruguaios pesaram na opção. “O pessoal vai lá pra comprar muita coisa, voltamos com os carros cheios”, relata. Além disso, a Polícia uruguaia costuma ser menos incisiva em relação a outros lugares com relação à fiscalização em rodovias.

Curiosidade

Por onde passou, o grupo formado por três Galaxies 500, anos 1973, 78 e 79, e dois Galaxies Landau 1972 e 76 chamou atenção, especialmente no Brasil. “Quando paramos nos postos de gasolina do Brasil o pessoal vem tirar foto, no Uruguai isso é menos comum. Os próprios frentistas quando estão abastecendo avisam os conhecidos para irem ver os carros. Gera muita curiosidade das pessoas, principalmente se gasta demais”, lembra Nino. Apesar dos modelos já terem passado dos 30, outros dos 40 anos, a viagem foi tranquila e com poucos problemas. “O único imprevisto foi que um dos carros teve um problema na bomba de gasolina, ainda no Brasil, mas conseguimos arrumar e seguimos viagem. Dificilmente temos imprevistos, até porque são carros que foram feitos pra rodar e dificilmente tem algum problema”, avalia.

Carro fúnebre

O mais velho do grupo, o Galaxie Landau de 1972, também carrega uma curiosidade. Antes de se tornar um carro para viagens divertidas, ele era usado para viagens não muito desejadas. Adaptado como um carro fúnebre, durante muito tempo teve esta finalidade, antes de ser novamente transformado em um carro de passeio. “Ele é de um colecionador de Marau. Ele era de uma funerária mesmo. Nós que colocamos o banco de volta”, conta Nino. Sobre viajar em um carro que durante anos carregou cadáveres, ele simplifica: “Os mortos não incomodam, quem incomoda são os vivos. Já andei nesse carro em diversas oportunidades. É um carro muito bonito e bem diferente. As pessoas perguntavam quem estava sendo carregado atrás”.

Encontro de carros antigos

Quem ficou curioso e quer saber mais sobre a paixão por carros antigos e até pela história das viagens, pode participar, no final de outubro, da sétima edição do encontro de carros antigos. O evento organizado pelo Auto Club Carros antigos acontecerá nos dias 28 e 29 do próximo mês no Gran Pallazzo. Nas edições anteriores, o evento chegou a superar os 10 mil visitantes.

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