Corredores vazios, quadros limpos. Alunos de todo o estado estão há mais de 10 dias sem aulas. A greve dos professores entrou na terceira semana ontem (18). Em Passo Fundo, são pelo menos 14 escolas em greve integral ou parcial, segundo levantamento de ON. A reportagem contatou 21 das 39 escolas. Nas demais, ON foi atendido. Algumas escolas da área central, que concentram maior número de alunos, como a Nicolau de Araújo Vergueiro e a Protásio Alves aderem parcialmente ao protesto. Na Fagundes dos Reis, cerca de 95% dos professores estão paralisados, conforme a direção da escola.
Os professores da escola Salomão Iochpe, que estava em greve parcial, devem retornar às atividades normalmente nesta terça (19). Conforme balanço do 7° Núcleo do Cpers, pelo menos 25 escolas aderiam parcial ou integralmente à greve em Passo Fundo. Os dados foram apurados pelo Sindicato na sexta-feira (15). A Secretaria de Educação (Seduc) diz não ter número de escolas grevistas no município, já que calcula por Coordenadoria.
Na 7ª CRE, são 17 escolas paralisadas integralmente e 21 parcial. Ao total, a 7ª coordenadoria abrange 123 escolas de 32 municípios. A Seduc afirmou que na segunda-feira, um levantamento que estava em apuração apontava para uma redução na adesão da greve em todo o Estado. Os números da queda ainda eram extraoficiais. O Sindicato estima que 15 mil alunos estejam sem aula no município. A Seduc não tem essa estimativa.
A greve
No dia 31 de agosto, os servidores do Governo do Estado receberam uma parcela de R$ 350 referentes ao salário do mês de agosto. A greve foi aprovada pela categoria, em assembleia, no dia 5 de setembro. A categoria protesta contra o parcelamento dos salários e pagamento do 13°. Os professores também reivindicam o pagamento dos juros dos empréstimos que fizeram junto ao Banrisul, no fim do ano passado.
A folha do funcionalismo público foi quitada na semana passada, conforme a Secretaria da Fazenda. Na quinta-feira passada (14), representantes do Cpers foram recebidos na Seduc. Na reunião, os professores solicitaram o fim do parcelamento e integrantes do governo apresentaram números da situação financeira do Estado. Sem que houvesse acordo, o magistério manteve a greve.
Diante do impasse, o Sindicato continua com o calendário de eventos da greve. Para hoje (19), está previsto um ato público em frente à sede do Cpers, em Porto Alegre. A concentração será a partir das 8h.