Fim do inverno preocupa autoridades

Município é considerado infestado por Aedes aegypti. Cuidado da população é fundamental para evitar a proliferação do mosquito

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Cuidado para evitar água parada deve ser permanenteCuidado para evitar água parada deve ser permanente
Cuidado para evitar água parada deve ser permanente
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O inverno acaba hoje e, junto com o início da primavera, aumenta a preocupação com relação à proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O município está na lista dos considerados infectados pelo Aedes aegypti e o cuidado da comunidade é fundamental para evitar o aumento da população destes insetos que representam grande risco a todos.

A chefe do Núcleo de Vigilância em Passo Fundo, Ivânia Silvestrin, explica que o trabalho tem sido voltado à eliminação de criadouros e focos do mosquito, além da orientação e conscientização da população. A preocupação se deve às altas temperaturas registradas mesmo no inverno e que estimulam a reprodução dos mosquitos. “Não paramos o trabalho em nenhum momento durante o ano e seguimos visitando as casas, eliminando criadouros e conscientizando a população para evitar depósitos de água parada”, reforça.

Desde que o município foi considerado infestado não é feita a contabilização de focos do mosquito. Mesmo assim, larvas do aedes aegypti têm sido encontradas em todos os bairros onde são realizadas as ações de fiscalização. “A partir de agora deveremos começar a encontrar muito mais criadouros”, explica sobre a chegada das estações mais quentes. “Queremos reforçar com a comunidade esses cuidados de não manter a água parada. De cuidar das piscinas, eliminar todo e qualquer criadouro que possamos ter na cidade”, reitera. Hoje, os agentes de fiscalização ainda enfrentam resistência dos moradores que os impedem de entrar nas casas e pátios para fazer as vistorias.

Casos de doença

Neste ano o município ainda não teve registro de casos de dengue, apenas um caso importado de febre chikungunya. No entanto, isso não significa que o município esteja em uma situação confortável. A qualquer momento é possível que alguma pessoa infectada por um dos três vírus possa chegar a Passo Fundo e, a partir disso, elas possam ser espalhadas pelo mosquito transmissor. Hoje, ainda está em estudo se a fêmea infectada é capaz de transferir o vírus para os ovos e, consequentemente, para as larvas que evoluirão para mosquitos adultos. Por isso é necessário que se controle qualquer criadouro do aedes aegypti a fim de evitar maiores problemas.

Crotalária

Alguns município têm apostado no plantio de uma árvore chamada crotalária que atrai um predador natural do aedes aegypti. No entanto, Ivânia destaca que até o momento não há sinalização do Ministério da Saúde ou outros dados científicos que apontem para a eficiência deste tipo de método. “O que é realmente efetivo é a população não manter água parada, manter caixas d’água bem fechadas e eliminar qualquer coisa que possa manter parada”, reforça. Quem tiver dúvidas ou quiser denunciar alguma situação pode entrar em contato com a Vigilância Ambiental em Saúde de Passo Fundo pelo telefone 3046-0073.

Carazinho adota a planta

A prefeitura de Carazinho, através da Secretaria da Agricultura, Lions Clube e Emater vai incentivar a população a plantar a crotalária. O projeto inspirado na campanha realizada pelo Lions Clube Constantina visa incentivar o cultivo da flor. O projeto Flores contra a Dengue pretende estimular a população a cultivar a crotalária em possíveis focos do mosquito, como praças, jardins, quintais, vasos e margens de rios. Segundo o secretário, Aldrin Keyser, a prefeitura por intermédio da Agricultura irá disponibilizar um espaço na estufa para a produção das plantas do projeto, bem como a empresa Emater que também irá dispor de um lugar para a produção das crotalárias em suas dependências.  No próximo Prefeitura nos Bairros, que acontece no dia 21 de outubro, a Agricultura já estará distribuindo mudas de cotralária à população.

Como a crotalária combate o mosquito da dengue?

A crotalária atrai a libélula, um inseto predador do mosquito da dengue. Com o plantio da planta no jardim ou quintal de casa, ou até no jardim da empresa, a libélula, que busca colocar ovos em água parada, assim como o mosquito aedes aegypti, vai depositar seus ovos, essas larvas vão se alimentar das larvas do mosquito transmissor da dengue acabando com aquele foco. O mesmo acontece com a libélula adulta, ela é predadora e se alimenta de pequenos insetos, o que inclui o mosquito transmissor da dengue. Assim, quebra-se a cadeia reprodutora do aedes aegypti.

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