O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai anunciar nesta sexta-feira a decisão sobre o pacto nuclear multilateral assinado com o Irã em 2015 e a nova estratégia para se relacionar com o país, segundo informou a Casa Branca. Durante entrevista coletiva, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, explicou que Trump fará o anúncio por volta das 12h45 locais de amanhã (13h45 em Brasília).
O presidente norte-americano deve declarar que o Congresso dos EUA deve revisar o acordo porque ele não atende ao "interesse nacional" do país, algo que pode representar o início do fim do pacto. A nova estratégia do presidente foi antecipada por vários veículos da imprensa americana, apesar de a Casa Branca ter mantido silêncio sobre o assunto desde a revelação de Trump em setembro de que a decisão sobre o acordo com o Irã já estava tomada. Segundo os principais jornais do país, Trump planeja eliminar a "certidão governamental" que diz que o pacto atende aos interesses nacionais dos Estados Unidos.
Essa medida não representa uma saída do acordo, mas abre um prazo de 60 dias para que o Congresso revise o pacto e avalie os próximos passos a serem tomados, incluindo possíveis sanções ao Irã. A porta-voz da Casa Branca destacou nos últimos dias que o presidente estabelecerá uma "estratégia ampla" que não abordará apenas o acordo nuclear, mas também o "mau comportamento do Irã", exemplificado nos recentes testes de mísseis balísticos e na acusação de que o país é "patrocinador do terrorismo".
O presidente do Irã, Hassan Rohani, disse que seu país está unido na defesa do acordo nuclear - pacto firmado também com Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia - e que uma decisão contrária de Trump representaria um "fracasso" para EUA.
Israel também deixa Unesco
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou que vai retirar o país da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), depois que o governo dos Estados Unidos anunciar o mesmo por considerá-la anti-israelense. De acordo com comunicado distribuído pelo escritório do governo israelense, Netanyahu classificou a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre este tema como "valente e moral, porque a Unesco se tornou o teatro do absurdo e porque, em vez de preservar a história, a distorce".
O premiê deu instruções ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para iniciar os trâmites necessários para retirada do país da Unesco. A retirada dos EUA se tornará efetiva em 31 de dezembro de 2018. O embaixador israelense para a Unesco, Carmel Shama Hacohen, recomendou a Netanyahu seguir os passos de Washington e "se retirar imediatamente" da organização por "ter perdido sua razão de ser em favor de considerações políticas de certos países", segundo o portal de notícias israelense "Ynet".