Situação do Hospital Bezerra de Menezes é tema de audiência pública

?snico hospital psiquiátrico da região registra cerca de mil internações anuais

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Gestores do HPBM buscam discutir com a sociedade qual rumo terá o hospitalGestores do HPBM buscam discutir com a sociedade qual rumo terá o hospital
Gestores do HPBM buscam discutir com a sociedade qual rumo terá o hospital
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O Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes (HPBM) é a única instituição do tipo e é referência para a região de abrangência de três Coordenadorias Regionais de Saúde. Anualmente, são cerca de mil internações registradas pela instituição e os pacientes contam com uma equipe multidisciplinar para o atendimento. Nos últimos anos, o acúmulo de déficits orçamentários têm causado preocupação dos administradores da instituição. Agora, a situação financeira chegou a um ponto que pode inviabilizar os atendimentos prestados pelo HPBM. Na manhã de ontem (24), uma audiência pública discutiu a situação da instituição a fim de encontrar uma forma de resolver o problema.

O diretor técnico do HPBM Rogério Riffel destaca que hoje o Hospital sofre as consequências de legislações que limitam os investimentos federais na instituição. De acordo com ele a evolução da sociedade demonstra que o atendimento prestado pela entidade é fundamental, tendo em vista que não há outros serviços que possam atender determinados tipos de casos. Com uma média anual de mil internações, cada paciente fica, em média, 25 dias em internação. Geralmente o atendimento é prestado em momentos de surto e, posteriormente, os pacientes são encaminhados para o atendimento na rede pública que dá o suporte necessário.

Hoje, o HPBM conta com equipe multidisciplinar que atende as determinações legais e ainda com outros profissionais que vão além da exigência. Riffel cita o exemplo do atendimento com profissional de educação física. Ele explica que os benefícios do ponto de vista terapêutico são “enormes”. Um deles é a diminuição da necessidade de alguns medicamentos no tratamento dos pacientes internados, por exemplo.

O administrador do Hospital da Cidade, que administra o HPBM, Luciney Bohrer, explica que a situação dos hospitais e as dificuldades enfrentadas não são novidades. No entanto, na saúde mental isso é ainda pior. Nos últimos três anos, o HPBM teve déficits importantes que acabaram sendo bancados pelo Hospital da Cidade. No entanto, com a diminuição dos recursos isso tem se tornado inviável. Apenas no ano passado, o déficit do HPBM foi superior a R$ 761 mil.

Entre as propostas levantadas durante a audiência pública na manhã de ontem, estão as possibilidades de mudança do perfil do hospital e da coparticipação dos municípios nos valores das internações. Bohrer lembra que o hospital surgiu a partir da mobilização da comunidade, por este motivo busca discutir com a sociedade qual o rumo que a instituição deverá ter. Também a partir da audiência foi criado um grupo de trabalho, liderado pelo Ministério Público Estadual, que irá discutir possibilidades de resolução da situação do HPBM.

O HPBM recebe pouco mais de R$ 53 pela diária de internação de um paciente. O valor é insuficiente para cobrir todos os gastos com medicamentos, profissionais e a estrutura disponibilizada pelo hospital. Dos 82 leitos disponíveis, 50 são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No ano passado, do total de internações registradas, 43% foram provenientes de outros municípios.

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