Produtores rurais manifestam contra decisão de juiz

Discursos que misturaram lembranças do regime militar e críticas ao juiz marcaram o protesto de ontem

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Manifestação no centro de Passo FundoManifestação no centro de Passo Fundo
Manifestação no centro de Passo Fundo
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 O protesto dos agricultores realizado na manhã de ontem em frente ao Fórum de Passo Fundo misturou a indignação pela falta de segurança nas áreas rurais com discursos que incluíram, entre outros aspectos, como lembranças do regime militar como época melhor para o país e críticas ao juiz Dalmir Franklin de Oliveira Junior . O principal objetivo da manifestação era mostrar a insatisfação com o despacho do magistrado que pediu investigação da Brigada Militar, Polícia Civil e Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado sobre possível ocorrência de abuso de autoridade e lesões corporais em relação ao preso em flagrante pelo latrocínio que vitimou o agricultor Antônio Roberto Lubian de 58 anos.

As duas vias da Rua General Neto foram fechadas desde as primeiras horas da manhã com tratores. O protesto iniciou por volta das 9h com os discursos dos representantes de entidades e dos agricultores presentes. O presidente do Sindicato Rural, Jair Dutra Rodrigues, explicou que a manifestação não foi feita apenas para pedir mais segurança no interior. “Mas para que o judiciário não faça o que faz hoje com os marginais. Até temos uma faixa que diz que a Polícia Civil prende, a Brigada Militar prende e o judiciário solta e ai o aumento da marginalidade é por culpa do judiciário. Muitas vezes não acontece o flagrante ou se acontece o flagrante em poucos dias os marginais estão soltos. A preocupação nossa maior hoje, que nos reunimos, e que indignou os produtores é pela morte do agricultor Lubian que quando a polícia chegou com o marginal aqui em Passo Fundo, na delegacia, o juiz que decretou a prisão dele pediu para os direitos humanos investigarem porque ele chegou machucado”, enfatizou.

Rodrigues destacou ainda que nenhum dos representantes dos direitos humanos foi ver como a família do agricultor morto ficou. “É uma inversão de valores. Hoje as pessoas de bem estão sendo prejudicadas principalmente pelo judiciário por eles soltarem os marginais, ou relaxarem a prisão dos marginais e ai a marginalidade aumenta cada vez mais”, pontuou, lembrando que a Polícia Civil e a Brigada Militar fazem o trabalho deles com os poucos recursos que têm. Os manifestantes ainda fizeram críticas aos direitos humanos e defenderam o armamento das pessoas, especialmente de quem vive no campo, como forma de se defenderem da criminalidade que tem aumentado nas áreas rurais.

 

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