O descontentamento com as mudanças da Reforma Trabalhista foi motivo de protesto em todo país na sexta-feira (10). Em Passo Fundo, um grupo de cerca de 120 pessoas saiu às ruas para protestar contra a legislação que entra em vigor neste sábado (11) e que muda algumas das regras na relação empregatícia dos brasileiros.
A principal crítica, como salientou o presidente do Sindicato dos Comerciários, Tarciel da Silva, é pela quantidade de ataques aos direitos dos trabalhadores em tão pouco tempo: desde que assumiu a presidência, Michel Temer sancionou a Lei da Terceirização e Reforma Trabalhista, além da possibilidade de o mesmo ser feito com a Reforma da Previdência. Na tarde de sexta, o líder do governo na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que a nova proposta do documento será apresentado a partir do dia 21, quando os parlamentares retornam após “folgão” no feriado de 15 de novembro.
“Com tantos ataques, o trabalhador precisa mostrar sua força e ir para a rua. Em Passo Fundo tivemos uma movimentação relativamente boa, apesar da chuva que atrapalhou um pouco. Nossa intenção é fazer as pessoas compreender o que são e estão sendo estes ataques. As mudanças nos levam a um período pré-escravatura e muita gente não percebeu isso”, diz o líder sindical.
Ele se refere a mudança da reforma que dá preferência ao acordo coletivo, possibilitando o empregado a negociar com o empregador. O acordado prevalece contra o legislado, diz a lei. “Fica difícil reagir depois de tantos golpes tão próximos uns dos outros. É uma sensação de desnorteamento. O que vemos em curso neste país é uma retirada de direitos em sequência”, disse o professor representante do Conselho Municipal de Professores (CMP).
As manifestações foram mais intensas pelo país. Em Brasília, o metrô amanheceu sem funcionamento por conta de uma paralisação dos trabalhadores metroviários, que pediam por reajuste salarial e novas contratações. Quem também parou as atividades foram os profissionais responsáveis pela varrição e limpeza das ruas tanto da capital federal quanto de Florianópolis. Em Salvador, trabalhadores manifestaram-se em caminhada pela cidade até chegar na porta da Previdência Social do Comércio. Nas capitais de todo país, os trabalhadores reuniram-se contra a Reforma.