As consequências das mudanças de temperatura à saúde

Com mínimas abaixo dos 10°C neste mês e registro de amplitude térmica, HC registra aumento no atendimento de pacientes com sintomas respiratórios

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Especialista explica que variação de temperatura contribui para quadro de doenças respiratóriasEspecialista explica que variação de temperatura contribui para quadro de doenças respiratórias
Especialista explica que variação de temperatura contribui para quadro de doenças respiratórias
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Na manhã de quarta-feira (22), os termômetros marcaram 12°C em Passo Fundo. A temperatura não foi, porém, a mais baixa registrada neste mês, já que na segunda e na terça-feira desta semana, a mínima ficou na casa dos 9°C. Como é de praxe na primavera, o calor predomina durante a tarde. Definida pelo observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio, como a estação da amplitude térmica, essa variação de temperatura ao longo do dia acaba comprometendo a saúde de muita gente.

As alergias, gripes, resfriados, sinusites, entre outras doenças respiratórias, aumentam neste período do ano. De acordo com a equipe de enfermagem da Unidade de Emergência do Hospital da Cidade (HC), houve um aumento, nas últimas semanas, da procura por atendimento devido a sintomas respiratórios, com estimativa de 20% a 30%. Os horários que apresentam maior movimento, de acordo com a equipe, são a partir das 12h às 14h, 17h30min às 19h30min e 22h à 0h. Na emergência do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) ainda não foi registrado variação no número de atendimentos até esta quarta-feira.

A médica alergista e imunologista Melissa Thiesen Tumelero afirma que as mudanças de temperatura têm influência e aumentam a possibilidade de desenvolver um quadro de doenças respiratórias. “A variação da temperatura é um fator irritativo para a mucosa de quem já é alérgico e quem já tem essa sensibilidade. Então essa troca de temperatura acaba causando uma inflamação da via área e começa com coriza, que muitas vezes vai ficando espessa e vai trancando, congestionando e pode infectar - momento em que vira sinusite. Neste momento necessita o uso de antibióticos”, exemplifica a médica. 

Para evitar crises, Melissa traz algumas recomendações médicas. Para quem já é alérgico e tem conhecimento, a dica é manter um tratamento contínuo e preventivo. O período de tratamento, que pode durar alguma estação em específico ou o ano todo, varia de paciente para paciente. Uma alimentação saudável, com variedade de frutas, legumes e verduras, e uma hidratação adequada podem ajudar a prevenir crises alérgicas. Por fim, a médica recomenta que os pacientes mantenham o quadro vacinal em dia.

Condições climáticas

Apesar de a mínima ter sido mais alta ontem do que na segunda e na terça-feira, a sensação térmica foi menor devido à presença do vento quadrante sul. Sobre o fenômeno de amplitude térmica, Sampaio explica que não ocorre com frequência, mas que nos últimos anos já aconteceu diversas vezes de serem registradas temperaturas mínimas abaixo dos 10°C. “A primavera tem essas oscilações, é a estação das amplitudes térmicas. Nós já tivemos, em 37 anos, 12 temperaturas mínimas próximas aos 5°C. Ano passado, no dia 18 de novembro, a temperatura chegou a 6°C e à tarde foi a 26°C, com uma amplitude térmica de mais de 20 graus. Quase em condições para ter ocorrido formação de geada naquele dia”, explica o observador meteorológico.

Além disso, as pessoas sentem mais a sensação de frio em virtude das altas temperaturas registradas na semana passada, conforme Sampaio. “Na última quarta-feira, feriado de 15 de novembro, e na quinta, as temperaturas chegaram aos 32°C. Além disso, no verão, nós não tivemos nenhum dia com máximas tão altas. As máximas mais altas vieram ocorrer agora, em novembro, na primavera. As pessoas estão sentindo mais por isso, tivemos temperaturas altas na última semana e já tivemos uma queda abrupta nesta semana”, pontua.

 

 

 

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