Além de marcar o Dia da Consciência Negra, o 20 de novembro também deu início à Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Uma iniciativa que acontece no mundo todo e que chega a 14ª edição no Brasil. Em Passo Fundo, parte da programação é organizada pela Associação das Promotoras Legais Populares.
No próximo sábado, elas realizam, na praça Santa Terezinha, a IV Expofeira Mulheres em Ação. A programação inicia às 9h e segue até às 17h. Haverá exposição de artesanato produzido por grupos de mulheres, participação da Patrulha Maria da Penha e de entidades como Cáritas Diocesana, Apace, Auma, entre outras.
Estudantes de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul e do curso de enfermagem, da Universidade de Passo Fundo, montaram tendas para oferecer alguns serviços de saúde à população. A programação inclui ainda, apresentações artísticas e brincadeiras.
O momento de reflexão sobre a violência doméstica contra a mulher ficará por conta do projeto Lar doce lar? Uma pequena casa será montada com o objetivo de alertar as mulheres sobre os mais diferentes tipos de violência enfrentados dentro de casa. Dividida em três ambientes, a moradia retratada a realidade de muitas relações. Coordenadora das Promotoras Populares, Valda Maria Nunes Belitzki, explica que, em muitos casos, o sonho da mulher é casar e ser feliz, no entanto, com o passar do tempo, a realidade vai se transformando em pesadelo, em decorrência da violência. "Infelizmente este quadro acontece em muitos casamentos. A mulher vai se dando conta de que nem tudo é cor de rosa. A ideia da casa é justamente mostar estas etapas, mas sobretudo, mostrar que existe maneiras de superar esta violência" explica.
Laço Branco
As Promotoras Populares também são responsáveis pela Campanha do Laço Branco, marcada para 6 de dezembro. Para sensibiliar e envolver e mobilizar os homens na luta pelo fim da violência contra a mulher, elas realizam uma blitz nos ônibus municipais distribuindo laços brancos.
História
A campanha foi criada por um grupo de homens canadenses que se indignaram com o massacre na Escola Politécnica de Montreal com o objetivo de mostrar que existem homens que repudiam o sexismo e as práticas violentas contra as mulheres. No dia 6 de dezembro de 1989, Marc Lepine, de 25 anos, invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica e assassinou 14 mulheres, suicidando-se em seguida. O rapaz deixou uma carta em que afirmava que não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino. O crime mobilizou a opinião pública e gerou amplo debate. Um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar em torno da Campanha do Laço Branco para dizer que existem homens que repudiam a violência contra mulheres.