IBGE se depara com sonegação de informações

Servidores pedem que proprietários de estabelecimentos rurais sejam fieis aos dados para não comprometer o teor da pesquisa

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Até fevereiro, os recenseadores devem percorrer cerca de 17 mil propriedades em Passo FundoAté fevereiro, os recenseadores devem percorrer cerca de 17 mil propriedades em Passo Fundo
Até fevereiro, os recenseadores devem percorrer cerca de 17 mil propriedades em Passo Fundo
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A sonegação de informações aos recenseadores do Censo Agropecuário é um dos problemas enfrentados pelo IBGE, desde que a coleta de dados iniciou no começo de outubro. Foi o que revelou ontem, em Passo Fundo, o chefe da unidade gaúcha, José Renato Braga de Almeida. O apelo do Instituto é para que os proprietários de estabelecimentos rurais recebam os recenseadores e repassem as informações necessárias. 
De acordo com o coordenador operacional do Censo Agropecuário no RS, Luis Eduardo Azevedo Puchalski, as pessoas ficam receosas quanto à divulgação de informações pessoais. Ele lembra que os dados coletados pelo Instituto servem unicamente para fins de pesquisa. “As pessoas acham que esses dados serão repassados para a Receita Federal, que serão cobrados mais impostos. As informações são sigilosas. Para se ter uma ideia, se houver menos de três estabelecimentos em um determinado município, os dados não constam para não correr o risco de identificar o proprietário. Nem sob ação judicial as informações são reveladas”, explica Puchalski.
Afirmado isso, Almeida explana que a sonegação de informações pode comprometer o teor da pesquisa. “É fundamental que as respostas sejam fidedignas para que a gente possa, ao fim do trabalho, dizer que esse é um retrato da agropecuária de Passo Fundo ou do Brasil. Estamos há 11 anos sem ter informações agropecuárias. São dados fundamentais e precisamos desse apoio”, enfatiza o chefe da unidade.
O coordenador ainda argumenta que o orçamento para realização da pesquisa chega próximo dos R$ 800 milhões. É dinheiro público e não deve ser desperdiçado com falsas informações. Além do mais, os dados do Censo servem de base para o desenvolvimento de políticas públicas. “Os próprios municípios podem sair prejudicados com a sonegação de informações dos proprietários”, argumenta Puchalski.
No Rio Grande do Sul, já foram visitados em torno de 160 mil estabelecimentos nos dois meses de coleta. O número corresponde a 40% do total. Em Passo Fundo já foram cadastrados mais de 12 mil dos 17 mil estabelecimentos previstos segundo último Censo, de 2006. A tendência é que haja uma redução, em torno de 15%, das propriedades agropecuárias em todo o Estado. Essa queda é motivada, essencialmente, pelo envelhecimento da população.
José Renato Braga de Almeida e sua equipe devem percorrer as 67 subáreas que administram o trabalho de coleta em todas as regiões do Estado. Na semana que vem, a direção gaúcha do IBGE vai a Santa Maria.

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