O ano mal virou e os alunos das escolas estaduais já estão de volta às atividades de recuperação dos dias letivos. Cada escola teve a liberdade de organizar o cronograma de recuperação e até o momento, de acordo com o Núcleo do CPERS Sindicato, não houve nenhum problema de aceitação por parte da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ªCRE).
Conforme o diretor geral do CPERS de Passo Fundo, professor Orlando Marcelino da Silva, os calendários elaborados pelas escolas para recuperar os dias de greve devem seguir os preceitos legais, que incluem a totalização de 800 horas/aula para o ensino fundamental e 1000 horas para o médio, divididas em 200 dias letivos para ambos os casos. Em função dos diferentes percentuais de adesão à greve, cada escola tem uma situação diferente de recuperação. Algumas terão atividades até o mês de fevereiro e outras conseguirão encerrar ainda em janeiro.
Na escola Anna Luiza Ferrão Teixeira, ainda na terça-feira (02) os alunos voltaram às atividades. Nesta semana estão sendo aplicados os provões referentes ao terceiro trimestre que são feitos por áreas do conhecimento. Conforme a supervisora Pedagógica, Virgínia Luzzi, por serem extensas, nesta semana, os alunos fazem apenas as provas e na sequência estão liberados. Para a próxima semana estão programadas atividades como conselhos de classe. Após, as aulas retornarão normalmente.
O vice-diretor Mário Gomes destaca que na escola foram 16 dias de greve e toda a carga horária será cumprida, assim como os conteúdos. No total, nos três turnos, a escola tem em média 650 estudantes. Adriano Moraes é pai de um aluno no sexto ano. Para ele, a recuperação não tem interferido em nada na rotina da família. Ele enfatiza ainda compreender a situação enfrentada pelos professores e que, mesmo no período de recuperação, as atividades escolares têm acontecido normalmente.
Conforme o coordenador regional de Educação, professor Elton Luiz de Marchi, a 7ªCRE tem acompanhado e fiscalizado os calendários de recuperação e, até o momento, nenhum problema tem sido encontrado. Três escolas encerrarão o ano letivo até 8 de fevereiro e, as demais, conseguirão fechar os calendários ainda neste mês de janeiro.
Plenária
Para esta quinta-feira está prevista uma plenária com as escolas, organizada pelo CPERS. O professor Orlando explica que o objetivo é averiguar qualquer situação de dificuldade das escolas em relação à aceitação dos calendários de recuperação por parte da CRE, além de outras situações, como, por exemplo, a possibilidade de algum professor estar sendo perseguido por ter participado da greve. “O acordo de greve saiu em dezembro e temos documentação aprovada pelo governo e temos um balizamento mais efetivo do compromisso do governo de que não haverá perseguição”, reforça. Ele explica que tais situações poderiam incluir remanejo de professores ou funcionários grevistas, entre outras ações que seriam prejudiciais.
O CPERS está atento e trabalha para que as escolas recuperem integralmente os conteúdos e lembra que isso inclui, em diversas oportunidades, atividades extracurriculares, como palestras, por exemplo. “Algumas escolas fazem outras atividades, além das aulas, que os pais questionam e observam mais agora, mas são coisas que acontecem o ano todo e que se não tivesse greve, aconteceriam naturalmente”, pondera. O Sindicato também está acompanhando a possibilidade de fechamento de turmas do primeiro ano no Estado e será feito um levantamento sobre o assunto na plenária de amanhã.