Iniciada ainda em 2012, a constante demora no recebimento dos pedidos via correio está longe de acabar. Hoje, a entidade esbarra na dificuldade financeira para contratar funcionários. Além de impossibilitar a admissão de novos membros, a crise econômica tem resultado em demissões, complicando ainda mais a situação no Rio Grande do Sul. Segundo o secretário de imprensa e divulgação do SINTECT (Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul), João Augusto de Moraes Gomes, é o terceiro programa de demissões, sem substitutos, que acontece nos últimos três anos em Passo Fundo. A cidade conta com apenas 70 carteiros para atender uma população de aproximadamente 200 mil pessoas. Como consequência, alguns bairros da cidade acabam ficando sem alcance para entrega. “Não tem entrega lá nos novos bairros. Nós não podemos deixar de atender um bairro (que já conta com os serviços) para atender um novo bairro. Ai vão ficar os dois desabastecidos”, informou o representante sindical da categoria na região, Gelson Zapello.
O problema nacional já se espalhou por grande parte do estado. Em Tapejara, somente quatro funcionários tem a responsabilidade de atender uma população de aproximadamente 20 mil habitantes. Marau, com uma população um pouco superior a 41 mil habitantes, dispõe 25 carteiros. Trabalhadores de OTT (Operador de triagem e transbordo) estão sendo transferidos para o serviço de atendente e carteiro. “No lugar deles (OTT) vão contratar terceirizados. Esse é um objetivo da empresa, que já baixou agora em janeiro e eles vão realizar. Inclusive, burlando a própria questão do concurso público”, explicou João - os concursos públicos não acontecem desde 2011 por falta de iniciativa do governo e da presidência nacional da ECT (Empresta Brasileira de de Correios e Telégrafos). Colaborando ainda mais para o atraso nas entregas, a Black Friday de novembro do ano passado superou todos os número de captação e distribuição. “No dia 30 de janeiro, houve uma reunião em que a empresa fez uma discussão de crise econômica, e, a partir dela, precisa fazer esse tipo de iniciativa. Uma delas é terceirizar o cargo de OTT e também a própria questão de redução de jornada de trabalho, com redução salarial”, finalizou o secretário de imprensa e divulgação do SINTEC, que não vê perspectiva de melhora.