Educação Matemática e a interdisciplinaridade em debate

Abertura da VII Jornada Nacional e XX Jornada Regional de Educação Matemática foi realizada na noite dessa segunda-feira, na UPF, com uma conferência sobre a interdisciplinaridade no ensino, na pesquisa e na gestão

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Teve início nessa segunda-feira, dia 2 de abril, a VII Jornada Nacional e a XX Jornada Regional de Educação Matemática. Promovidos pela Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio do curso de Matemática, do Mestrado em Ciências e Matemática e do Laboratório de Matemática do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg), os eventos reúnem acadêmicos, professores e pesquisadores em um espaço de aprendizagem, discussão e reflexão sobre o ensino da matemática no âmbito escolar. A abertura oficial dos eventos foi realizada na noite de segunda, no auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (Feac) da UPF, e contou com a presença da vice-reitora de Graduação, Rosani Sgari; da vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin; do diretor do Iceg, Cristiano Cervi; do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática (PPGECM), Marco Trentin; da coordenadora do curso de Matemática, Maria de Fátima Baptista Betencourt; e dos coordenadores dos eventos, Luiz Henrique Ferraz Pereira e Betine Diehl Setti. 
 
Neste ano, as Jornadas têm como tema “Educação matemática e a interdisciplinaridade: diálogos, experiências e práticas possíveis” e, segundo um dos coordenadores dos eventos, o professor Luiz Henrique Ferraz Pereira, devem ser um espaço privilegiado no qual acadêmicos, professores, pesquisadores e interessados no tema podem partilhar preocupações sobre o ensino de matemática, ao mesmo tempo em que podem vivenciar proposições e enfrentamentos a essa realidade tão preocupante associada à matemática e às suas diferentes frentes. “Vivemos momentos difíceis em nosso país, em um tempo no qual a educação ainda não recebe de forma efetiva a atenção merecida, e isso nos alerta sobre o quanto ainda precisamos persistir em ações que ressaltem o valor e a necessidade de pessoas educadas para que sejam, de fato, consideradas cidadãs e, como tal, possam reivindicar com maior veemência mais espaços como esse das Jornadas, para que possamos vislumbrar perspectivas frente a esse momento tão confuso que vivenciamos”, destacou em seu discurso. 
 
Os desafios do ensino da matemática também foram lembrados pela vice-reitora de Graduação. “É de conhecimento de todos, certamente, que a matemática é um dos grandes desafios da universidade no que diz respeito aos cursos que necessariamente precisam trabalhar com essa ciência. Nós tivemos ricas experiências no nosso percurso nessa área. Seus professores e o curso de Matemática discutiram profundamente aquilo que realmente se constitui em um desafio no que diz respeito à formação dos professores da área, e isso trouxe grandes resultados”, concluiu a professora Rosani. 
 
Para a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, o desafio de ensinar matemática é histórico, por isso, é importante reunir tanto professores e pesquisadores das universidades quanto os professores da educação básica para trocar experiências e pensar novas metodologias. “É um momento bastante rico de aprofundamento e uma oportunidade de também pensar quais são as possibilidades que a gente tem para fazer com que a matemática seja ensinada de uma forma mais tranquila, mais aplicada à vida cotidiana. Um momento para que os alunos possam de fato aprender mais com essa área tão importante, fundamental como é a matemática”, ressaltou a professora Bernadete. 
 
Interdisciplinaridade no ensino, na pesquisa e na gestão
Após a solenidade de abertura, o público assistiu à conferência com o professor Dr. Jayme Paviani. O tema foi “Interdisciplinaridade no ensino, na pesquisa e na gestão”. Em sua fala, Paviane destacou o conceito de interdisciplinaridade e falou sobre como ela atua no meio educacional. Para ele, todo o conhecimento humano pode ser reduzido às disciplinas básicas, como matemática, física, química, história, geografia, filosofia e as linguagens. Todo o resto é a organização dessas disciplinas. “A falta de compreensão sobre as disciplinas nos levou a falar sobre a interdisciplinaridade”, disse. 
 
Paviane lembrou ainda que nenhuma disciplina tem autonomia e que as fronteiras entre as disciplinas são fronteiras sem limites definidos, são muito fluentes, de maneira que nunca se sabe quando termina uma disciplina e começa outra. “A questão não é estudar disciplinas, a questão é estudar a realidade e estudar a realidade requer visões diferentes, visões integradas, visões múltiplas da nossa compreensão das coisas”, ressaltou. 
 
Programação
A programação da VII Jornada Nacional e da XX Jornada Regional de Educação Matemática se estende até quarta-feira, 4 de abril, com palestras, minicursos, apresentação de trabalhos, mesas redondas e lançamentos de livros. A programação completa pode ser acessada pelo site jem.upf.br
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