Passo Fundo se consolidou como um polo de referência na área da saúde a partir da implantação da Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (FM/UPF), em 1970. Desde então, a Faculdade possibilitou a formação de profissionais que atuam no Brasil e no exterior e tem sido reconhecida pela excelência no ensino médico. Em 2018, após um longo período de avaliação, a Faculdade de Medicina da UPF foi acreditada pelo Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (Saeme). Com isso, de um universo de mais de 300 Escolas de Medicina no país, a Faculdade da UPF tornou-se uma das 13 a receber a certificação no Brasil. Se consideradas somente as privadas e comunitárias, há somente três instituições que recebem essa acreditação, sendo a UPF uma delas.
A acreditação consiste em um selo de qualidade que é concedido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Educação Médica (Abem). Conforme o diretor da Faculdade de Medicina da UPF, professor Gilberto Borges Bortolini, a adesão ao processo foi voluntária e reforça a intenção da unidade acadêmica em buscar a qualificação constante das metodologias e da formação que proporciona aos futuros médicos. “A avaliação oportuniza comprovar excelência em diferentes aspectos, tanto em requisitos educacionais quanto no que diz respeito ao perfil dos docentes, à qualidade da gestão e à infraestrutura disponível”, aponta ele.
O processo, segundo Bortolini, contou com várias etapas que iniciaram a partir da adesão voluntária e do preenchimento on-line de um questionário. Após essa etapa, a Faculdade de Medicina realizou uma autoavaliação, por meio de uma plataforma on-line, para, então, ter início as visitas externas dos avaliadores. “Foi mais de um ano de avaliação até chegarmos ao parecer final”, conta o diretor da Unidade, que recebeu duas visitas de avaliadores, os quais conheceram toda a estrutura da Faculdade.
Indicadores de qualidade
O sistema de acreditação utiliza para avaliação os indicadores de qualidade do curso e conceitua com insuficiente e suficiente as diferentes dimensões que compreendem a Faculdade, desde a gestão educacional até o programa de ensino, o corpo docente e o discente e o ambiente. Para Bortolini, receber uma acreditação de um sistema como o Saeme evidencia a qualidade de ensino oferecida, por ser um sistema independente do governo e, além disso, o relatório final produzido pela avaliação acaba se tornando uma ferramenta de gestão.
Outro ponto fundamental sobre a acreditação, conforme o diretor, é a vantagem em relação à mobilidade internacional. “O Saeme tem seus procedimentos operacionais de acordo com os parâmetros da World Federation for Medical Education (WFME), o que permite que os alunos das escolas acreditadas tenham maior mobilidade para sua formação internacional”, destaca, ressaltando que a partir de 2023, todos os médicos que se inscreverem para obter certificação do Educational Commission for Foreign Medical Graduates (ECMFG) – que possibilita a certificação para atuação internacional – deverão ser egressos de escolas acreditadas por esse sistema.
Modelo de Escola
O processo de acreditação revelou mais do que a excelência da Faculdade de Medicina da UPF: o relatório final também apontou três ações que são modelo e que colocam a unidade acadêmica na vanguarda do ensino médico. Conforme Bortolini, uma dessas potencialidades evidenciadas pela avaliação é a curricularização da pesquisa, que, desde o segundo nível, já permite ao acadêmico iniciar a produção de projetos científicos. Além desse, outra potencialidade é o processo de avaliação, que conta com a participação ativa dos acadêmicos. “Realizamos um processo de avaliação aleatório, que avalia as disciplinas detectando as fragilidades e as capacidades nos diferentes níveis. Nessa metodologia, os alunos são ouvidos pela gestão e recebem feedback. É uma construção coletiva, com a participação de todos”, avalia ele.
A terceira potencialidade evidenciada pela avaliação foi o Ambulatório de Especialidades, um espaço para o desenvolvimento de práticas, instalado junto ao Hospital São Vicente de Paulo, que recebe pacientes encaminhados pela rede básica de saúde para atendimento especializado. “Nosso ambulatório é tido como padrão e essas ações pioneiras realizadas na Faculdade de Medicina da UPF serão difundidas para outras instituições do Brasil”, pontua, considerando que, pela avaliação positiva, a UPF será sede, nos próximos meses, de um curso de formação de preceptores a nível nacional. “Estamos satisfeitos por, na primeira busca pela acreditação, já recebermos esse selo de qualidade. Isso eleva o conceito da unidade e, por consequência, da nossa Universidade”, conclui Bortolini.