Trabalhadores adiam greve por 24 horas

Embora a paralisação tenha sido cancelada, pequenos atrasos na circulação de ônibus das empresas Coleurb e Transpasso podem ocorrer no início da manhã por conta das assembleias

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Sindiurb fará assembleias durante o dia para debater nova propostaSindiurb fará assembleias durante o dia para debater nova proposta
Sindiurb fará assembleias durante o dia para debater nova proposta
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Os ônibus das empresas Coleurb e Transpasso devem circular normalmente nesta terça-feira (15), após o Sindicato se comprometer em adiar por pelo menos 24 horas a paralisação que vinha sendo organizada desde a última sexta-feira. A decisão aconteceu depois de uma reunião entre as empresas e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Coletivos Urbanos de Passo Fundo (Sindiurb), mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), na tarde de ontem (14), em que o reajuste salarial solicitado pela categoria foi reavaliado. Na reunião, a mesa de negociação do tribunal sugeriu uma nova proposta e o sindicato se comprometeu em levá-la à votação em assembleia, na manhã de hoje, com os funcionários dos transportes coletivos.


A conversa entre o Sindiurb e os trabalhadores deve acontecer no decorrer do dia, dividindo a assembleia com os funcionários de acordo com seus turnos de trabalho, a fim de não atrapalhar a circulação dos ônibus. No entanto, as linhas do primeiro turno de serviço, que circulam no início da manhã, podem sofrer algum atraso. A realização ou não de greve após este período de 24 horas vai depender da decisão tomada em assembleia. De acordo com o presidente do Sindiurb, Miguel dos Santos, uma proposta de reajuste parcelado não era algo que agradava à categoria, que antes da reunião no TRT4 já solicitava reajuste integral.


A nova proposta, apresentada ontem, oferece um primeiro reajuste salarial à categoria de 1% retroativo ao mês de março e um novo reajuste de mais 1% a partir de 1º de agosto, totalizando assim, nesta data-limite, o reajuste de 2%. Já para o vale-alimentação, que atualmente é de R$ 340, a proposta é de aumento gradativo: R$ 360 retroativo a março deste ano, R$ 370 nos meses de junho e julho, e R$ 380 a partir de agosto. “A condição apresentada é de que esse segundo reajuste, tanto salarial quanto do vale-alimentação, seja adiantado caso a tarifa dos ônibus seja reajustada”, explica o advogado da Coleurb, Benoni Rossi. Isso significa que, caso a Prefeitura Municipal aprove o aumento no valor das passagens de ônibus - que vem sendo solicitado pelas empresas Coleurb e Transpasso - no dia 1º de junho, por exemplo, elas devem se comprometer em garantir o reajuste integral ao funcionários a partir desta data, e não mais de 1º de agosto.


O impasse entre as empresas e a categoria na negociação do reajuste salarial se estende desde março deste ano. Na última sexta-feira (11), os trabalhadores chegaram a se reunir para votar a aceitação ou não da antiga proposta das empresas de transporte coletivo, que ofereciam reajuste salarial de 1% e aumento de R$ 20 no vale-alimentação, de maneira imediata, além de um posterior reajuste de mais 1% no salário e novo aumento de R$ 20 no vale-alimentação, caso a Prefeitura concordasse com o aumento no preço das passagens de ônibus. Em contrapartida, inicialmente, a categoria pedia reajuste salarial de 7% e 30% de reajuste no vale-alimentação. Na assembleia, dos 261 trabalhadores que participaram, apenas 68 aceitaram o reajuste oferecido pelas empresas, enquanto 83 pediram por uma contraproposta às empresas por parte do sindicato, quatro votaram nulo e 106 votaram pela realização de uma greve.


No entanto, devido à dificuldade no avanço da negociação, antes da reunião realizada na tarde de ontem, a categoria havia decidido que cancelaria a greve e aceitaria uma proposta inferior, de 3% de reajuste e aumento de R$ 60 no ticket, desde que acontecesse de forma integral e independente ao reajuste ou não da tarifa das passagens.


Codepas
Os ônibus da Codepas devem circular normalmente, independente da decisão tomada pelos trabalhadores das outras duas empresas de transporte coletivo. Segundo Miguel, por enquanto, os funcionários da Codepas não devem aderir à decisão de paralisação por se tratar de uma negociação diferente - a Codepas é uma empresa pública, enquanto Coleurb e Transpasso são concessionárias. “Já realizamos uma reunião com a Codepas para o reajuste salarial da categoria e uma nova reunião deve acontecer em breve. A negociação que não avançou até então é somente a com a Coleurb e a Transpasso”.

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