A Polícia Federal deflagrou, na manhã de ontem (15), mais uma etapa da Operação Efeito Colateral, que investiga possível desvio de recursos públicos do SUS. Os policiais cumpriram dez mandados de busca e apreensão no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), em residências, duas clínicas e em um escritório de contabilidade, todos de Passo Fundo. Os valores, inicialmente investigados superam R$ 1,2 milhão em verbas da saúde pública, eram repassados à instituição para serem aplicados no setor de oncologia.
As investigações iniciaram em setembro de 2017 para apurar a legalidade de repasses de recursos do HSVP para uma empresa médica ambulatorial, localizada na própria cidade de Passo Fundo. A Operação, iniciada pela Delegacia de Polícia Federal em Passo Fundo, atualmente prossegue na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF, em Porto Alegre.
Relembre
A primeira fase da Operação Efeito Colateral foi deflagrada no dia 20 de março, quando oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos municípios de Passo Fundo, Porto Alegre e Florianópolis/SC. As investigações apontavam, à época, para suposta fraude nos repasses de recursos do Hospital para uma empresa de fachada (ramo de consultoria) localizada em Florianópolis e não em Passo Fundo, como divulgado pela PF nesta fase da operação. Diligências realizadas apontavam que o titular dessa empresa seria um “laranja”, supostamente vinculado a um funcionário da administração do Hospital.
Apesar de estar legalmente constituído como entidade particular filantrópica, o Hospital São Vicente de Paulo recebe e administra verbas públicas oriundas do Fundo Nacional de Saúde. A Operação Efeito Colateral investiga o crime de corrupção, visto que gestor desta modalidade de recurso é equiparado a funcionário público.