Gasolina é vendida por mais de R$ 4,60 o litro, em Passo Fundo. O valor, encontrado nas bombas, é reflexo das oscilações no preço praticado pela refinaria da Petrobras. A estatal anunciou, na sexta-feira (18), novo reajuste para os combustíveis. O aumento, de 1,34% para a gasolina e aproximadamente 0,80% para o diesel, passa a valer a partir desse sábado (19). Essa foi a quinta elevação diária nos valores, só nesta semana.
O primeiro ajuste foi na terça-feira (15), quando o diesel subiu 0,33%. Na ocasião, o litro da gasolina repassado às distribuidoras sem tributos era praticado em R$ 1,9330. Atualmente, o litro está em R$ 2,0680. Desde o início de março, a Petrobras elevou o preço do litro da gasolina em R$ 0,26.
Ainda que os postos busquem absorver as oscilações no valor para manter a competitividade no mercado, as elevações são sentidas pelos consumidores. Segundo o último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina era vendida em média por R$ 4,399, em Passo Fundo. A coleta dos valores foi realizada no dia 8 de maio. À ocasião, o preço mínimo era de R$ 4,199 e o máximo de 4,599. Na mesma data, o diesel era comercializado por, em média, R$ 3,486, com mínima de R$ 3,359 e máxima de R$3,597. Na sexta (18) à tarde, o litro da gasolina chegava a ser vendido por R$ 4,60.
Um posto de combustível de Passo Fundo alega que precisou reajustar em R$0,1523 o preço da gasolina nesta semana. Um dos proprietários deste estabelecimento, que preferiu não se identificar, queixa-se que a nova política de reajuste de preços da Petrobras dificulta a vida dos revendedores. A mudança foi em julho do ano passado nas refinarias, quando a estatal decidiu que os preços sofreriam alterações com maior frequência de modo a acompanhar a taxa de câmbio e as cotações do petróleo.
Desde então, os preços da gasolina e do diesel estão sendo alterados, às vezes, de um dia para o outro. De acordo com a Petrobras, os ajustes nos preços poderão ser feitos “a qualquer momento, inclusive diariamente” desde que a variação acumulada no mês por produto esteja dentro da faixa de +7% ou -7%. Conforme a companhia, os ajustes praticados desde outubro do ano passado não foram suficientes “para acompanhar a volatilidade crescente da taxa de câmbio e das cotações de petróleo e derivados”.
Segundo o empresário, essa medida reduziu drasticamente a margem de lucro dos postos. “Todo esse aumento [das refinarias] não chegou até o consumidor final, em virtude da absorção desse aumento por parte dos revendedores e das distribuidoras. Desde essa nova política de preços da Petrobras, a margem de lucro bruta oscilou entre 4,5% e 9%. Antes disso, a margem ficava entre 15% e 19%”, informa.
Essa redução no faturamento ocasionou uma demissão de funcionários e outras medidas para reduzir custos. “Os antigos guardas ou rondas que os postos tinham no período da noite, hoje não existem mais em função do corte de custos. Da pra perceber que os postos estão colocando grades e alarmes, justamente para reduzir os custos fixos”, complementa.
Com as elevações constantes, é possível que os postos não consigam mais segurar os preços. “Isso varia de acordo com os fatores ambientais externos, que é a concorrência e a demanda porque cada vez que aumenta e, esse aumento é um pouco mais significativo, o consumidor da uma segurada no consumo”, alega. Na primeira metade do ano passado, antes da nova política de preços da estatal, o preço do combustível era encontrado entre R$ 3,30 e R$ 3,60 na cidade.