Em Passo Fundo, existem sete contêineres instalados pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, nas margens do Rio Passo Fundo, com a proposta de sensibilizar as comunidades ribeirinhas para a destinação correta do lixo. A troca destes contêineres ocorre semanalmente, totalizando no ano de 2017 a quantidade de 241,58 toneladas de resíduos depositados e coletados. E foi justamente nos locais onde esses containers estão alocados que a equipe do Projeto Rio Passo Fundo - desenvolvido pelo Museu de Artes Visuais Ruth Schneider (MAVRS), com o apoio do Museu Histórico Regional (MHR), do Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar) e do Comitê Rio Passo Fundo e realizado com o patrocínio do Programa CAIXA de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro 2017/2018 – fez a coleta de resíduos que serão expostos, em julho, em uma das instalações da exposição que estará no MAVRS.
Lixo
Buscando os materiais que estavam fora dos containers e mais próximos das margens do Rio Passo Fundo, a equipe realizou três coletas durante o mês de maio – uma delas em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A opção foi por recolher a maior diversidade de materiais encontrado para apresentar à comunidade o que, de fato, acontece com o Rio Passo Fundo. “Durante as coletas é possível ter muitas percepções a respeito da situação. Uma delas é de que a populações nos bairros que estão em situação de maior vulnerabilidade socioambiental, possuem um certo nível de consciência e sensibilidade quanto a necessidade de não sujar o rio”, inicia Elvis Prestes, estudante de Engenharia Ambiental e estagiário do Comitê Rio Passo Fundo que participou das três coletas realizadas. “É importante ver os moradores falando com o grupo para relatar os problemas que enfrentam. Essas atividades do Projeto Rio Passo Fundo divulgam uma parcela da realidade em relação à visão e atitude que a sociedade tem com o rio e, também, das condições básicas de saneamento em que vivem. Dessa maneira é notável que a sensibilização da população para com a importância da conservação dos rios pode ser trabalhada independentemente da idade e situação financeira em que se encontram”, complementa.
Artes
Depois de recolhidos, os resíduos foram encaminhados para o MAVRS onde, através do trabalho de seis estagiários dos cursos de Artes Visuais e História, orientados pela professora da Faculdade de Artes e Comunicação da UPF, Ivana Tissot, foram separados e higienizados e passarão, ainda, por um processo de preparação para a exposição. A ideia é que esses resíduos sejam expostos e possam sensibilizar a comunidade para a questão da destinação correta do lixo e da poluição do Rio Passo Fundo. “Pretendemos passar para a sociedade a mesma sensação que temos ao ir ao local e encontrar esses resíduos junto à natureza, ao rio e junto às pessoas que moram nessas localidades”, comenta a professora que também participou das coletas. Ela explica que os resíduos, depois de limpos, serão pintados de acordo com o tipo de material.
Tudo isso, depois de pronto, vai fazer parte de uma instalação no MAVRS. “Vamos realizar uma exposição buscando criar um percurso – uma espécie de grande rio - onde as pessoas vão passar por esses materiais e a intenção é que elas se sintam, de fato, incomodadas e sintam a sensação de poluição para, então, se colocar no lugar do outro. Vamos buscar através da sensibilidade, das artes e de tudo aquilo que é sensível chegar até às pessoas. Queremos colocar os visitantes em uma condição muito parecida com a desses locais que visitamos”, coloca.
A questão do Lixo em Passo Fundo
Além dos containers, a Secretaria de Meio Ambiente realiza a limpeza do Rio Passo Fundo através das barreiras de contenção, instaladas em três pontos diferentes do Rio Passo Fundo, através do Programa de Recuperação de Passivos Ambientais (PRPA) do Arroio Santo Antônio e Rio Passo Fundo. Foi através desse programa que em 2017 foi recolhida quase 1,2 tonelada de resíduos que ficaram parados nas barreiras de contenção que foram instaladas ao longo do rio. Também faz parte do programa a limpeza das margens do arroio Santo Antônio e rio Passo Fundo, que ocorrem duas vezes por ano por toda a extensão destes afluentes dentro do perímetro urbano. No ano passado foram coletadas 35,46 toneladas de resíduos.