Greve já atinge serviços de saúde em Passo Fundo

Hospital da Cidade estuda cancelar as cirurgias eletivas a partir de quarta-feira (31). Secretaria de Saúde reduziu as visitas domiciliares e prioriza casos mais graves

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Consumidores já encontram prateleiras vazias em supermercados de Passo FundoConsumidores já encontram prateleiras vazias em supermercados de Passo Fundo
Consumidores já encontram prateleiras vazias em supermercados de Passo Fundo
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Os serviços de saúde de Passo Fundo já são afetados pela paralisação dos caminhoneiros. Na segunda semana de greve, o Hospital da Cidade (HC) suspendeu a realização de exames de análises clínicas nos Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Município e estuda o cancelamento das cirurgias eletivas a partir de quarta-feira (30). As medidas têm como objetivo priorizar os insumos para urgências e emergências, já que a instituição registra o desabastecimento de medicamentos, alimentos e equipamentos. Além disso, diversas cirurgias foram canceladas porque os pacientes não conseguiram se deslocar até a instituição. Para acompanhar a situação, a direção do HC montou um comitê de crise.


A Secretária de Saúde de Passo Fundo também foi atingida pela greve. O Município está priorizando as visitas domiciliares para os pacientes que mais necessitam, em função da falta de combustível para realizar o transporte. De acordo com a titular da pasta, Carla Gonçalves, a prefeitura está acompanhando a situação e avaliando conforme há necessidade de restringir ou reduzir algum serviço. Até o momento, a Farmácia do Município não foi afetada com o desabastecimento.


No Hospital Beneficente Dr. Cesar Santos ainda não há falta e insumos. Porém, se a greve se estender ao longo da semana, é possível que a instituição fique sem insumos. O diretor geral, Roger Teixeira Borges, afirmou que o estoque de alguns materiais está baixo, mas que vem trabalhando para garantir os serviços à população. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) alega manter todos os serviços normalmente. De acordo com a assessoria de imprensa, a instituição não sofre com a falta de nenhum material ou medicamento.


Mercados
O impacto da greve chega a outros setores. Os supermercados, açougues e fruteiras já enfrentam desabastecimento em Passo Fundo. As carnes, hortifrutigranjeiros, laticínios e pães são os produtos que faltam nas prateleiras. De acordo com o presidente do Sincogêneros, Ivan Manfroi, os alimentos perecíveis necessitam de abastecimento quase que diário e se a paralisação não chegar ao fim nos próximos dias, os consumidores terão dificuldade em encontrar esses produtos nos estabelecimentos. A orientação do dirigente é para que os comerciantes mantenham o bom senso e não pratiquem preços abusivos com os produtos que estão em falta. “Não há razão para aumentar os preços”. Consumidores que se identificarem preços elevados devem denunciar ao Procon.


Transportes
O transporte coletivo urbano não sofre alterações. A Coleurb informou que segue operando normalmente sem redução das linhas. A empresa afirma que possuí combustível para circular até o fim de semana. A Transpasso também circula normalmente e tem reserva de combustível para esta semana. A Codepas segue com os serviços de transporte coletivo urbano e coleta de lixo normalmente. O diretor-presidente Tadeu Karczeski assegurou que há uma reserva razoável de combustível para pelo menos mais uns quatro dias.


Na Rodoviária de Passo Fundo, pelo menos 10 linhas foram canceladas entre domingo e segunda-feira. A direção orienta que os usuários não comprem passagem com antecedência. Para o feriado de Corpus Christi, o transporte intermunicipal de passageiros está assegurado. A informação é da Diretoria de Transportes Rodoviários (DTR) do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). “A população já pode se programar para viajar, porque as empresas atenderão os passageiros na saída e no retorno do feriado”, garante o diretor da DTR, Lauro Hagemann. De acordo com ele, os ônibus estão abastecidos com uma carga de diesel recebida na última semana. “O máximo que pode ocorrer é uma pequena alteração nos horários em que há pouca demanda”, explica.


O diretor reforça que o impacto da greve nacional dos caminhoneiros no sistema intermunicipal de passageiros está sendo monitorado constantemente. Ele integra um grupo de trabalho, coordenado pela Secretaria dos Transportes, que está apto a atuar com ações emergenciais a fim de garantir a permanência dos serviços. “Estamos atentos a situações e alinhados às empresas. Juntos, temos o objetivo de minimizar os prejuízos à população desse movimento”, afirma.


O secretário dos Transportes, Humberto Canuso, ressalta o caráter preventivo da estratégia adotada em conjunto com o Daer, as empresas de ônibus e as concessionárias de estações rodoviárias. “O departamento, através da Diretoria de Transportes Rodoviários, tomou a frente da situação, o que possibilitou que agíssemos antes que ela se agravasse. Com isso, foi possível administrar horários e assegurar o atendimento aos usuários do sistema”, concluiu.


Combustíveis
A gasolina e o óleo diesel ainda são encontrados na cidade. Há escassez em postos que buscam combustíveis de fora. Os estabelecimentos que são abastecidos pelo terminal de Passo Fundo estão conseguindo garantir a comercialização.


Educação
As aulas em todas as escolas estaduais da região de abrangência da 7ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) foram canceladas nesta segunda-feira (28). Porém, as atividades serão retomadas hoje (29). A decisão foi informada ontem, pela Secretaria de Educação (Seduc). Casos pontuais em que, devido à falta de transporte - escolar ou público, houver impedimento da chegada de alunos ou professores nas escolas, serão tratados caso a caso pela respectiva Coordenadoria Regional de Educação (CRE). A Seduc reitera que se mantém atenta aos desdobramentos da paralisação, juntamente com o Gabinete de Crise do governo do Estado – que coordena as ações estaduais e monitora a paralisação dos caminhoneiros - na busca do melhor para a comunidade escolar, e que as aulas perdidas serão oportunamente recuperadas ainda dentro do ano letivo.


Na rede municipal, o calendário escolar segue normalmente. A secretaria de Educação de Passo Fundo fez uma reunião na manhã de ontem (28) para avaliar a situação das escolas diante da paralisação. De acordo com o secretário da pasta, Edmilson Brandão, analisou-se as questões referentes ao transporte escolar, merenda e o gás e não se encontrou dificuldades nesses pontos.


Nas instituições de ensino superior as aulas também foram suspensas. Aulas, entrega de Trabalhos de Conclusão de Curso, atendimentos a comunidade e todas as demais atividades acadêmicas estão suspensas na Imed até a próxima quarta-feira (30). Apenas atendimentos administrativos serão mantidos. A decisão foi tomada na segunda-feira (28) diretoria, que já articula junto às coordenações dos cursos as formas de recuperar as aulas e todas as atividades canceladas desde a última quinta-feira, 24 de maio, em função das paralisações que atingiram todo o país. Conforme o diretor Acadêmico da Imed, William Zanella, nenhum aluno da instituição será prejudicado academicamente. Os professores deverão organizar aulas e trabalhos para recuperar os conteúdos e aulas práticas.


A Ideal suspendeu as atividades em todas as unidades por tempo indeterminado. A Fasurgs e a Anhanguera cancelaram as aulas até sexta-feira (28). A Faculdade João Paulo II suspendeu as aulas e atividades ontem (28). Para hoje (29), uma nova reunião entre membros da diretoria deve definir a situação acadêmica. A instituição informa aos acadêmicos que as decisões serão postadas no site e na página oficial.


A UPF permanece com as aulas suspensas até terça-feira no Campus I e também nos campi localizados nos municípios de Casca, Carazinho, Soledade, Lagoa Vermelha, Palmeira das Missões e Sarandi. As aulas serão mantidas somente para o curso de Medicina, no Campus II. De modo a atenuar os prejuízos no processo de ensino-aprendizagem, os professores encaminharão atividades acadêmicas pelo Ambiente de Apoio ao Ensino, relativas aos conteúdos em estudo.


Prefeitura
A Prefeitura de Passo Fundo informa que a maioria dos serviços públicos funciona normalmente no município, mesmo com a greve dos caminhoneiros ainda incerta quanto ao fim. A Secretaria de Obras aguarda a liberação de três caminhões: dois com transporte de britas e outro com transporte de um trator. Além disso, o asfalto da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), destinado às obras da Avenida Brasil, ainda não chegou a Passo Fundo, assim como o asfalto de terceirizadas.

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