Falta de insumos para produção em Passo Fundo e Marialva

O diretor-presidente da Bsbios, Erasmo Battistella, disse ontem ao Jornal O Nacional, que a companhia não vai comprar soja nos próximos dez dias e que a retomada da produção vai levar um tempo, mesmo depois do encerramento da greve.

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Empresa deixa de produzir em torno de 800 mil litros/dia de biodiesel e de processar 3.000 ton de soja/diaEmpresa deixa de produzir em torno de 800 mil litros/dia de biodiesel e de processar 3.000 ton de soja/dia
Empresa deixa de produzir em torno de 800 mil litros/dia de biodiesel e de processar 3.000 ton de soja/dia
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ON Como a paralisação dos caminhoneiros tem atingido as operações da empresa em Passo Fundo? A BSBIOS continua produzindo biodiesel ou precisou parar ou reduzir em função da falta desta modalidade de transporte? Há uma estimativa de perda por dia ou acumulada neste período?
Erasmo Battistella - A BSBIOS paralisou na última quinta-feira (24/05) a produção em suas plantas industriais de Passo Fundo e também de Marialva/PR, por falta de insumos e, desde o final de semana liberou os colaboradores das áreas industriais. Com isso, estamos deixando de produzir em torno de 800 mil litros/dia de biodiesel e de processar 3.000 ton de soja/dia.  A companhia não irá fazer compra de soja nos próximos 10 dias devido estar tudo parado, essa é uma realidade da BSBIOS e de outras empresas, que também estão paradas.
 
ON - Esses reflexos, depois da volta do transporte por caminhões, tendem a permanecer por mais algum período?
Battistella - Após o retorno do transporte de caminhões alguns setores vão ainda levar algum tempo até se reestabelecerem. Aqui estamos nos organizando para acelerar esse processo e, poder retornar a operação.
 
ON - De que forma o biodiesel influencia na composição do preço dos combustíveis atualmente?
Battistella - O Biodiesel hoje está presente na composição do óleo diesel em 10%. Sugerimos ao governo o aumento imediato da mistura de 10% para 15% no Centro-Oeste, o que traria uma redução de R$ 0,13 centavos no preço do combustível na bomba, sendo que naquela parte do país o diesel é um dos mais caros do Brasil. O Centro-Oeste é a região que concentra a maior produção de biodiesel e de soja, - uma das principais matérias-primas para a produção do biocombustível - , além de estar localizado distante das principais refinarias do país. Aqui na região sul também teríamos uma redução se tivéssemos o B15, algo em torno de R$0,07. Entretanto, hoje a indústria brasileira não estaria preparada para atender um B15 de imediato em todo país.
 
ON - Até que ponto, com a ampliação da escala de produção e de uso do biodiesel seria possível diminuir a dependência dos combustíveis fósseis?
Battiistella - O Brasil ainda é um grande importador de diesel. O Biodiesel é mais barato, gera empregos, agrega valor aos grãos que são industrializados no país, entre outros. Com o aumento de mistura de biodiesel diminuiria a adição de diesel. Estamos solicitando ao governo o aumento para 11% da mistura para março de 2019 e, sucessivamente de 1% ao ano. Até chegarmos ao B20, que é o que consideramos ideal para o país.
 
ON - O biodiesel, como alternativa, poderia oferecer uma melhor política de preços?
Battistella - Sim, por que temos uma estabilidade melhor nos preços, com previsibilidade de 60 dias, em virtude dos leilões de biodiesel acontecerem a cada 2 meses. Além de, o biodiesel ser mais barato principalmente, nas regiões sul e centro-oeste.

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