Um novo software de monitoramento vai melhorar a gestão ambiental da suinocultura no Rio Grande do Sul. Com a ferramenta, os técnicos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) poderão monitorar áreas nas propriedades rurais onde são aplicados os dejetos da criação de porcos para não haver impacto ambiental nas lavouras. O convênio foi assinado pela Fepam e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) nesta quinta-feira (12).
A tecnologia permite dosar a quantidade de esterco utilizada no solo para que seja absorvida pela cultura sem contaminar o meio ambiente. "A saturação do solo representaria risco de contaminação do lençol freático, comprometendo os recursos hídricos tanto superficiais como subterrâneos", explica o chefe da Divisão de Licenciamento de Criações da Fepam, Arno Kayser.
Conforme a coordenadora do Balcão de Licenciamento Ambiental Unificado Sema/Fepam do Noroeste, Elenir Dahmer Linauer, a metodologia usada até agora para controlar a atividade no licenciamento ambiental era apenas apresentar a área suficiente de utilização dos excrementos para fertilizar o solo.
De acordo com Linauer, o uso adequado dos dejetos potencializa outras matrizes produtivas, como ocorre na produção leiteira, uma vez que a característica química dos dejetos da suinocultura - quando usada como fertilizante -, alcança resultados positivos na produção das pastagens que alimentam o gado. A suinocultura é uma importante matriz produtiva do estado e base econômica de dezenas de municípios.
A parceria ainda abre a possibilidade de cooperação para a destinação de animais mortos, outra preocupação ambiental vigente no RS. Para a secretária do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e diretora-presidente da Fepam, Ana Pellini, a ferramenta aperfeiçoará o processo de licenciamento ambiental. Segundo o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos, os produtores estão preparados para consolidar o uso do software nas propriedades.