Neste ano, já foram confirmados no estado 13 casos da doença, registrados nos municípios de Porto Alegre (oito casos), Alvorada (dois casos), Viamão, São Luiz Gonzaga e Vacaria. Diante disso, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) emitiu na sexta-feira (20) uma nota informativa destinada a todos os serviços de assistência da rede pública e privada sobre o cenário epidemiológico do sarampo no Rio Grande do Sul. A orientação aos profissionais de saúde é que estejam atentos aos sintomas e critérios de casos suspeitos, notificando essas ocorrências às secretarias municipais de saúde e ao Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
Todo o continente americano foi considerado livre do sarampo em setembro de 2016, após a ausência da circulação do vírus pelo período de 12 meses. No entanto, ainda existem muitos países no mundo onde a doença ainda circula. Na Europa, desde 2016, já foram identificados mais de 20 mil casos e 35 mortes. A partir do ano passado, as Américas voltaram a registrar casos importados. Em 2018, até o dia 16 passado, já foram confirmados mais de 2,1 mil casos, envolvendo 11 países, dos quais cerca de 1,4 mil foram registrados na Venezuela. No Brasil, já foram confirmados, neste ano, 682 casos, distribuídos em Roraima (216 casos, duas mortes), Amazonas (444 casos, uma morte), São Paulo (um caso), Rondônia (um caso), Rio de Janeiro (sete casos), além dos 13 casos no RS.
No Rio Grande do Sul, antes de ocorrer o processo de eliminação do vírus, o último caso confirmado no estado foi em 1999. Em 2010, houve oito casos importados e em 2011 foram sete. Desde então, o RS não registrava a circulação do vírus até o seu retorno em 2018.
Casos suspeitos
É considerado como caso suspeito de sarampo todo indivíduo que, independente da idade e situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular (manchas vermelhas na pele), acompanhados de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse, coriza e/ou conjuntivite. É importante que no processo de investigação se identifique história de viagem ou contato com viajantes para áreas com circulação do vírus, nos últimos 30 dias.
Vacinação é a forma mais efetiva de se proteger
A mais efetiva forma de prevenção é a vacinação. Para ser considerada vacinada, a pessoa precisa ter o registro em caderneta de vacinação conforme esquema vacinal. A rede pública de saúde oferece gratuitamente a vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo, rubéola e caxumba) para a população de 12 meses a 49 anos de idade e para profissionais de saúde e demais pessoas envolvidas na assistência à saúde hospitalar.
O esquema recomendado no calendário infantil é de duas doses, aplicada aos 12 meses de idade com a tríplice viral (TV) e aos 15 meses com a vacina tetraviral (que protege contra varicela além do sarampo, rubéola e caxumba). Para crianças acima desta idade, adolescentes e adultos até 29 anos de idade, o esquema é de duas doses com a vacina TV. Já pessoas entre 30 e 49 anos são consideradas vacinadas aquelas que comprovarem uma dose da vacina TV.
Campanha de vacinação para crianças menores de 5 anos
Ocorre entre os dias 6 e 31 de agosto a campanha nacional de vacinação contra o sarampo e a poliomielite. As vacinas serão destinadas para a faixa etária de 1 ano até menores de 5 anos, que no Rio Grande do Sul representam 528 mil crianças e a meta é alcançar, ao menos, 95% delas. Todas as crianças deste grupo, durante a campanha, devem receber uma dose extra da vacina tríplice viral, independente da sua situação vacinal (esquema completo ou incompleto). Fora da época de campanha, essas e os outras vacinas do calendário básico estão à disposição nas Unidades Básicas de Saúde ao longo dos 12 meses, dentro das idades preconizadas para as doses.