Os gaúchos são submetidos, por vezes, a experimentar as quatro estações do ano em apenas um mês ao longo do inverno, tamanha a influência do clima subtropical na região. Contexto que abre precedentes para as doenças que afetam a visão na estação mais fria do ano. A oftalmologista que atua no Hospital de Olhos Dyógenes Martins Pinto, Thaíse Federizzi, atenta que ao contrário do que muita gente pensa, o inverno também traz riscos a visão. “Devido ao clima seco, aumento da poluição, baixa umidade do ar e a maior concentração de pessoas em ambientes fechados as doenças oculares se manifestam e intensificam, entre elas as alergias, conjuntivites e a síndrome do olho seco”, entende.
A especialista preparou uma série de dicas e recomendações para cuidar da saúde da sua visão sem deixar de aproveitar o clima ameno característico do Rio Grande do Sul.
Alergias oculares
Por conta do frio, aqueles cobertores ou agasalhos que passaram muito tempo guardados em ambientes fechados voltam a circular, carregando consigo ácaros e a chance de manifestações respiratórias e oculares surgirem. As reações alérgicas que acometem os olhos ou as estruturas próximas a ele, como as pálpebras, se manifestam como olhos vermelhos, coceira, lacrimejamento, ardência, fotofobia e irritação.
Embora qualquer pessoa possa desenvolver uma alergia ocular, o número maior de incidência ocorre em portadores de rinite alérgica, asma ou alergias de pele. O tratamento da alergia ocular é simples, basta afastar a substância que produziu a reação alérgica e buscar um oftalmologista, afinal, coçar os olhos também é um perigo à estrutura ocular.
Conjuntivite
A aglomeração de pessoas em ambientes fechados dissemina facilmente as doenças contagiosas, entre elas a conjuntivite. Trata-se de uma inflamação na conjuntiva, membrana fina e transparente que reveste a parte da frente dos olhos e o interior das pálpebras. Cursa basicamente com olho vermelho, lacrimejamento, secreção ocular, edema palpebral, coceira e em alguns casos alteração da visão.
Dependendo do agente estimulante, pode ser classificada em conjuntivite viral, bacteriana e alérgica, sendo o agente viral mais comum em casos de surtos. A transmissão da doença se dá principalmente através do contato com pessoas infectadas, devido a isso atribui-se a importância de sempre lavar as mãos, principalmente antes de encostar nos olhos. O tratamento depende do agente etiológico, podendo ser realizado através de colírios lubrificantes, antibióticos ou antialérgicos.
Síndrome do Olho Seco
É uma alteração da qualidade e quantidade de lágrima que, no inverno, dobra por causa da baixa umidade do ar, aumento da poluição e frequente climatização dos ambientes. Entre os sintomas mais comum, estão ardor, irritação, sensação de areia nos olhos, dificuldades para ficar em lugares com ar-condicionado ou em frente ao computador, olhos embaçados ao final do dia, coceira, vermelhidão, lacrimejo excessivo e sensibilidade à luz. O tratamento instituído pelo oftalmologista cursa a base de lubrificantes oculares.
Siga as recomendações e previna-se contra os principais problemas oculares de inverno:
Use óculos escuros com proteção ultravioleta. A incidência de radiação UVA e UVB no inverno também danificam os olhos, mesmo em dias nublados;
- Lave os cobertores, roupas ou mantas que ficaram por algum tempo em desuso;
- Evite o acúmulo de poeira em casa, como em: cortina, carpete, tapete, bicho de pelúcia, documentos antigos, livros etc;
- Mantenha o ambiente arejado;
- Lave com frequência as mãos;
- Não compartilhe toalhas de rosto, esponjas, rímel, delineadores ou qualquer outro produto de beleza;
- Não coce os olhos;