Estes são os últimos dias do inverno que já se despede e começa a dar lugar à nova estação, a primavera, que se inicia às 22h53 de sábado. O mês de setembro tem sido chuvoso, com volume acumulado 30% acima do esperado para todo o período apenas nos primeiros 20 dias. E os indicativos são de que até o final do mês, esse volume deva ser ainda maior. As informações são do observador meteorológico da Embrapa Trigo/Inmet, Ivegndonei Sampaio.
Até ontem, o volume de chuva acumulado no mês estava em 260mm, volume 30% acima da média esperada para setembro, que é de 200mm. Os dias com maior volume registrado foram o dia 1º, com 85mm durante a madrugada e o dia 15, com 56mm. Apesar do grande volume, as chuvas não devem parar. Conforme Sampaio, ainda hoje o dia fica parcialmente nublado a nublado com pancadas de chuva no final da tarde e início da noite, e temperaturas entre 12ºC e 24ºC. Na quinta-feira também deve chover um pouco no final da tarde e início da noite. A mínima fica em 14ºC e a máxima em 24ºC. Na sexta-feira, a chuva dá uma trégua, devido à entrada de um ar mais seco na região. O dia fica parcialmente nublado e com temperaturas entre 13ºC e 26ºC.
Final de semana
O final de semana deve iniciar com o sábado com poucas nuvens e mínima de 15ºC e máxima de 28ºC. “A primavera inicia com temperatura bem alta”, pontua Sampaio. O domingo fica parcialmente nublado a nublado com possibilidade de chuva no final da tarde e início da noite, com trovoadas. Para a próxima semana, a primeira da primavera, também há o indicativo de chuva de segunda até sexta-feira. “Provavelmente deveremos ter um dos anos com maior acumulado de chuva no mês de setembro”, antecipa Sampaio. As chuvas também são reflexo da passagem de um período de neutralidade para o amadurecimento de um fenômeno El Niño.
Geadas
O inverno 2018 vai terminar com registros de 11 geadas. Em anos normais a média é de 12 a 14 ocorrências. Além disso, a menor temperatura da estação foi registrada no dia 26 de agosto, de -0,5ºC. Em setembro, a menor temperatura foi no dia 5, de 4ºC. “Não tivemos nem devemos ter geadas tardias”, acalma o observador meteorológico.
Agricultura
De acordo com o último informativo conjuntural divulgado pela Emater Estadual, o trigo com as lavouras apresentando bom aspecto fitossanitário e baixa incidência de doenças. No momento, 28% delas se encontram em fase de perfilhamento (desenvolvimento vegetativo), sendo que a maioria se divide entre as fases de floração e enchimento de grãos, com 42% e 30%, respectivamente. Como consequência das geadas ocorridas no final de agosto, nota-se aumento nos sintomas dos danos ocasionados pelas mesmas, com espigas brancas e amarelecimento de folhas. Esses sintomas aparecem com mais frequência, como era esperado, nas lavouras localizadas em depressões e baixadas. Segundo técnicos, mesmo com essas ocorrências, a safra em andamento não deverá ser impactada seriamente em sua produtividade média.
No caso da canola, até o momento as lavouras implantadas na metade Norte se encontram nas fases de floração, formação de síliquas e enchimento de grãos (neste momento, fase majoritária), maturação e início de colheita. Teve início a colheita da safra da canola no Estado pela região Noroeste, onde tradicionalmente a semeadura de algumas lavouras ocorre mais no cedo. As geadas causaram pouco impacto negativo na cultura.
Com relação à cevada, a cultura encontra-se nas fases de emborrachamento e formação de espigas, com folhas mais verdes e espigas bem desenvolvidas. As doenças oídio, manchas folhares e ferrugens foram controladas especialmente na região do Planalto. Há grande preocupação entre os produtores em razão dos efeitos causados pelas geadas recentes, que poderão ter debilitado as plantas, possibilitando a instalação de moléstias fúngicas e ataque de pragas. O potencial produtivo das lavouras ainda é bom, mantendo estimativas anteriores de quantidade e qualidade industrial.