Aos pés da imagem de Nossa Senhora Aparecida, na Catedral Metropolitana de Passo Fundo, Lara Bianchini, de 26 anos, se divide entre agradecimentos e pedidos. Ela, que é envolvida com a Igreja desde muito cedo, tem um apego especial pela Catedral. “Aqui, me sinto em casa, protegida. Parece que as coisas se tornam mais fáceis quando estou aqui”. Para ela, o sentimento tem a ver com Nossa Senhora. “Venho aqui porque sinto um abraço de mãe”. E é justamente esse sentimento que motiva Lara, a cada ano, a caminhar na Romaria Arquidiocesana. Neste ano, no próximo domingo, 14, a jovem se integra à multidão de fiéis que peregrinam até o Santuário Nossa Senhora Aparecida. “Vejo a Romaria como um almoço de domingo: é a minha oportunidade de estar ainda mais próxima da Mãe”.
Intimidade com Nossa Senhora
A devoção à Nossa Senhora, para Lara, começou de forma natural. “Nunca pensei em fazer promessas ou rezar especificamente a oração de Nossa Senhora Aparecida. E, hoje, ainda não faço isso. Minha fé em Nossa Senhora está baseada na intimidade”, inicia a jovem. “Eu comecei a frequentar a Catedral nos intervalos que eu tinha entre as minhas atividades. Entrava na igreja, sentava em um banco e fazia minhas orações. Aos poucos, isso se tornou uma necessidade para mim. Toda vez que entro na Catedral, parece que estou sendo recebida de braços abertos”, comenta Lara. Sem orações prontas, a jovem prefere falar o que sente e tentar ouvir aquilo que precisa. “Eu sempre costumo dizer: ‘Nossa Senhora, você que é mãe, compreende o meu coração.’. O mais bonito de tudo é que saio da igreja sempre muito leve, aliviada e com força para seguir em frente”, destaca.
Peregrinação: proximidade com a Mãe
Quando se deu conta do efeito que Nossa Senhora tinha em sua fé, Lara buscou se aproximar ainda mais da padroeira da Arquidiocese. “Já conhecia a história e os milagres. Então, comecei a participar da Romaria. Apesar de sentir a presença de Nossa Senhora comigo a todo o momento, compartilhar essa mesma fé com milhares de pessoas em um dia específico é, também, muito bonito. Percebo que muita gente coloca a sua vida nas mãos de Nossa Senhora e vejo o quanto a fé pode mudar o pensamento daqueles que caminham”, coloca e acrescenta que isso aconteceu também com ela. “Nossa Senhora Aparecida mudou a minha forma de me relacionar com Deus. Hoje me sinto filha, de fato. E é por isso que caminho”, complementa.
Oração em torno da paz
Além da fé de cada um, a Romaria de Aparecida é orientada, também, por um lema: “Aparecida, clamamos por paz”. Em sintonia com a Campanha da Fraternidade deste ano, que tratou do tema da superação da violência, a Romaria também definiu três intenções de oração: “Para que o nosso clamor por paz nos comprometa na superação da violência, fruto de tantas injustiças em nossa sociedade”; “Para que em cada comunidade surjam novas vocações e, a exemplo de Maria, deem seu sim generoso a Deus” e, por fim, “Para que nossas comunidades eclesiais assumam as urgências pastorais do 17º Plano de Evangelização de nossa Arquidiocese”. A proposta é, segundo o padre Daniel Feltes, reitor do Santuário Nossa Senhora Aparecida, fortalecer, através do lema e das intenções, as orações em torno de Aparecida e marcar, de fato, uma reflexão em torno da paz. “Através do nosso lema, buscamos a paz. E esse nosso clamor sobe a Deus como oração através de Nossa Senhora Aparecida e Deus nos compromete também, pede a nossa colaboração para construir o mundo de fraternidade e paz que tanto desejamos”, coloca.
Mostra de Ações Solidárias
Um espaço para a economia solidária: é assim que a Mostra de Ações Sociais Solidárias – que acontece junto há Romaria de Nossa Senhora Aparecida – se concretizou em quatro edições. Como aconteceu nos últimos anos, a Mostra - atividade que acontece junto à Romaria desde 2014 e reúne os grupos que se constituem a partir do conceito de economia solidária, acompanhados pela Cáritas Arquidiocesana - faz parte da programação Romaria Arquidiocesana e não se constitui em um evento paralelo, mas busca, assim, comungar da espiritualidade inerente à celebração. Este ano, os empreendimentos solidários, associações, cooperativas e obras sociais estão se preparando para vivenciar, no dia 14 de outubro, a 5ª edição do evento. “A Mostra tem se tornado um importante espaço de divulgação dos diversos trabalhos realizados na Arquidiocese de Passo Fundo. A Mostra ganhou força e tomou corpo diante dos romeiros. Costumamos dizer que ela não acontece só no dia da Romaria porque, desde a sua preparação, existe uma construção coletiva e uma partilha que caracterizam o espírito solidário proposto pela ação”, comenta Franciel Bachi, um dos assessores da Cáritas.
Celebração de fé
Além do dia da peregrinação, – ponto alto das comemorações -, a programação oferece, tradicionalmente, diferentes oportunidades de encontro da comunidade com a santa. A programação inicia na sexta-feira, 12 de outubro, com diferentes celebrações durante o dia e, especialmente, a Romaria das Crianças, às 14h. No sábado que antecede a procissão, 13 de outubro, o Santuário acolhe a Romaria da Pessoa Idosa com celebração festiva, às 16h. Além disso, durante o dia 14 de outubro, acontece, também, a 5ª Mostra de Ações Sociais Solidárias – que envolve os grupos da economia solidária acompanhados pela Cáritas Arquidiocesana.