Denúncias de barulho levam CTG a construir nova sede

A nova estrutura teve investimento de mais de um milhão e será inaugurado na metade de maio, possibilitando também a realização de eventos maiores

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Nova sede possui ambiente moderno para mais de mil pessoasNova sede possui ambiente moderno para mais de mil pessoas
Nova sede possui ambiente moderno para mais de mil pessoas
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Um dos grandes problemas enfrentados pelos Centros de Tradição Gaúcha (CTG), é em relação a sonorização das sedes e as denúncias dos moradores próximos ao local. De acordo com a coordenadora da 7ª Região Tradicionalista, Gilda Galeazzi, dos 16 grupos e entidades tradicionalistas com sede em Passo Fundo, a maioria já foi notificada, algumas formalmente e outras informalmente através de conversas realizadas entre a coordenadoria e as entidades. O CTG União Campeira, localizado atualmente no Bairro Santa Maria, é um dos grupos que devido a falta de recursos para realizar as melhorias estipuladas pelo Corpo de Bombeiros precisou repensar a sua sede e se adequar às determinações exigidas pela legislação.

 

A denúncia registrada pelos vizinhos, junto ao Ministério Público, foi enviada ao CTG, juntamente com uma notificação de tudo que deveria ser realizado em relação a acústica e demais adaptações. “Nos foi dado um prazo para que fizéssemos essas adaptações necessárias, porém a patronagem e associados, após reuniões, concluímos que não teríamos verba para realizar o que foi solicitado”, explica o patrono do CTG, André Ricardo Acco. Assim, foi necessário realizar permuta – processo através da troca de escritura. Houve contato com construtoras e a CVF Incorporadora foi quem aceitou, observando todas as exigências necessárias à uma sede tradicionalista. O União Campeira é o primeiro CTG na cidade a fazer permuta para construir nova sede. O local, que já está pronto, finaliza agora os detalhes, como a colocação de mesas e demais adereços.

 

A nova estrutura, que terá investimento de R$1,2 milhão, conta com espaço para 1.200 pessoas, localizado no bairro São Luiz Gonzaga, a cerca de 2km da antiga sede. Construído em alvenaria, o local possui câmeras de segurança, alarme, uma das maiores churrasqueiras em comparação com as demais entidades, espaço da copa e secretaria, camarime internet Wi-fi. Todo o local é acessível para pessoas com deficiência física, incluindo os banheiros. Já a área recebida tem parte construída, lugar para estacionamento e uma mata nativa, a qual será explorada no futuro como área de preservação ambiental, com colocações de mesas e churrasqueiras para os associados desfrutarem. Além disso, possui todo o isolamento acústico exigido pela lei - em teste realizado a acústica apontou 26 decibéis, índice bem abaixo do limite estipulado pelo Corpo de Bombeiros, de 55 decibéis. A inauguração vai acontecer no dia 18 de maio deste ano, com jantar e fandango com o Grupo Rodeio.

 

Valor inestimável

De acordo com o patrão, quem conhece a sede na Santa Maria e compara com a nova versão, verá um estrutura de valor inestimável e indescritível. “Vamos receber um lugar com toda estrutura nova, muito bonita e com uma total segurança para realizarmos todos as atividades previstas. Poderemos também realizar outros tipos de eventos, como festas de aniversário, casamentos, formaturas, enfim qualquer evento que vise o encontro de amigos, parentes e convidados, mantendo sempre o respeito às normas da casa e do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Todos se sentirão bem e acolhidos com muito carinho e respeito pela patronagem, amigos e colaboradores da nossa entidade, como sempre fazemos”, disse.

 

Problema frequente
Segundo a coordenadora da 7ª RG, na época da fundação as entidades já buscavam um local isolado para que não perturbassem a vizinhança, mas com a demanda da venda dos terrenos próximos e loteamentos que foram realizados nas proximidades das entidades tradicionalistas, não foi possível contornar a situação. “O problema não é tanto quanto no momento dos ensaios dos grupos de dança e nas festividades que são realizadas com música gaúcha, mas sim quando os nossos CTGs são procurados pela sociedade ou pelos associados para fazerem as festas particulares, seja aniversário, casamento ou formaturas, pois esse é um eixo que hoje os CTGs conseguem sobreviver em virtude de que o quadro social de quase todas as entidades do Rio Grande do Sul está expressivo. Nós temos enfrentado essas dificuldades junto ao Ministério Público e as pessoas às vezes não entendem que os CTGs tem trabalho diferenciado dos clubes, boates, bares e similares”, ressalta Gilda.

 

Relembre o caso
Com sonorização comprovadamente acima do permitido pela lei, o CTG União Campeira foi interditado no dia 18 de fevereiro de 2016. A decisão do Ministério Público aconteceu depois de denúncias de vizinhos da entidade e de duas notificações que haviam começado ainda no ano anterior. Como havia sido constatado a prática de poluição sonora, com índice de 32 decibéis acima do permitido, o CTG ficou proibido de realizar ensaios, shows e eventos enquanto não realizasse as adequações necessárias. Na época, também em razão do alto investimento acústico do salão, tornava-se inviável a adequação do isolamento.

 

Origem
O CTG União Campeira foi fundado em 05 de novembro de 1965. Resultou da transformação da Sociedade Esportiva e Recreativa União, em Assembleia Geral, e no dia 11 de novembro de 1967 teve início as atividades como entidade tradicionalista, situado, até então, na Av. Aspirante Jenner, no bairro Santa Maria. Hoje, com aproximadamente 920 associados, o CTG União Campeira oferece as tradicionais invernadas artísticas – Pré-Mirim, Mirim, Juvenil e Adulta, além dos mais variados eventos envolvendo o tradicionalismo gaúcho. Todos os eventos realizados pela 7ª Região Tradicionalista podem ser conferidos acessando o site 7.rt.com.br. 

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