Com camisetas da Seleção Brasileira e bandeiras verde e amarelas que tremulavam nas dependências da Praça da Mãe ao som palavras de ordem contra figurões da política nacional e membros do Poder Judiciário, apoiadores e simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro reuniram-se na tarde de domingo (26), em Passo Fundo, para sinalizar apoio à gestão presidencial e às propostas de reforma anunciadas para a Previdência Social.
O ato, unificado com as capitais federais e cidades do interior, foi organizado pelo Movimento O Grito de Passo Fundo em Favor do Brasil em convocatória realizada no dia 20 de maio por membros de entidades e lideranças de redes sociais, movimentos sociais, econômicos, políticos e religiosos da cidade. Pauta prioritária do ato, a proposta da Reforma da Previdência apresentada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, somou-se aos pedidos pela instauração de uma CPI da Lava Toga e pela aprovação do pacote Anti-Crime, apresentado pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Não é um ato em defesa dele [presidente Bolsonaro], mas para expressar apoio ao governo e às medidas sugeridas”, explicou o membro da comissão organizadora, Paulo Ricardo de Oliveira.
A expectativa dos organizadores era reunir cerca de 500 pessoas para o ato que começou no início da tarde com carreata liderada por caminhoneiros no bairro Petrópolis, de onde seguiram em direção ao centro. De acordo com Oliveira, a manifestação teve um custo de R$ 3,5 mil. “Cada um se mobilizou e contribuiu de forma espontânea”, afirmou.
Citando nominalmente cada deputado gaúcho que compõe o Centrão e a oposição governista, os manifestantes, em coro, vaiaram os entraves que, segundo eles, “não deixam o presidente governar”. Na mesma proporção, ovacionaram o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes. “A direita se articulou porque percebemos que é preciso uma pressão constante para conseguir a aprovação”, disse o membro da comissão organizadora do ato, Paulo Ricardo de Oliveira.
Pelo Brasil
O dia foi marcado por manifestações em todo o país. Em Brasília, os apoiadores se concentraram no gramado da Esplanada dos Ministérios, na altura do Palácio Itamaraty. Cinco carros de som ocupavam a pista com mensagens em apoio à agenda do governo federal como a Medida Provisória 870, da reforma administrativa, a reforma da Previdência Social (Emenda Constitucional nº 6/2019) e os projetos de lei que compõem o pacote anticrime. Os manifestantes também declaravam apoio à Operação Lava Jato e pediam a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Cortes Superiores, conhecida como Lava Toga. Havia faixas também com dizeres favoráveis ao ministro Paulo Guedes e um boneco inflável de 20 metros que misturava a imagem do ministro Sergio Moro com o personagem de quadrinhos e cinema Super-Homem. De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu 20 mil pessoas.
Em São Paulo, diversos movimentos estacionaram carros de som ao longo da Avenida Paulista, na região central da capital, para o ato de apoio ao governo de Jair Bolsonaro. Próximo ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), foi inflado um boneco gigante do presidente.
A polícia não fez estimativa de público. Um dos carros de som, do movimento Brasil Conservador, trazia um grande cartaz com uma fotografia de Jair Bolsonaro. Um caminhão verde-oliva foi estacionado em uma das calçadas da via por um grupo que pede intervenção militar. A maioria dos manifestantes que caminhava pela avenida, que aos domingos fica fechada para os carros, usava roupas verde-amarelas ou estava enrolado na Bandeira Nacional. Vários participantes levavam faixas e cartazes com as pautas do protesto, como o apoio à reforma da Previdência e ao pacote anticrime, apresentado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro.
Governo
Mais cedo, no Rio de Janeiro, ao participar de um culto na Igreja Batista Atitude, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a população está indo às ruas neste domingo para defender o futuro do país: “Hoje, por coincidência, é um dia em que o povo está indo às ruas não para defender o presidente, um político ou quem quer que seja. Ele está indo para defender o futuro desta nação". Na rede social Twitter, o presidente postou cenas de atos que ocorrem em outras cidades do país.