A conta de energia elétrica está mais cara para cerca de 7 milhões de gaúchos. O novo reajuste médio anunciado, em 11 de junho, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 6,19% para os consumidores de energia da RGE e 3,61% para os usuários da RGE Sul entrou em vigor nesta quarta-feira (18).
De acordo com a Aneel, a variação de custos associada à prestação de serviços serviu como base de cálculo para as porcentagens, conforme previsto no novo contrato de concessão depois que a CPFL Energia incorporou as duas empresas distribuidoras de energia elétrica. “O resultado do Reajuste Tarifário Anual da RGE Sul considerando o agrupamento das duas áreas de concessão originais levou a uma unificação tarifária que conduz a efeitos médios específicos a serem percebidos pelos consumidores, conforme a tarifa da distribuidora anterior responsável pelo atendimento”, justificou a autarquia, por meio de nota, ao anunciar a autorização para o cambio de preços.
O engenheiro eletricista e professor dos cursos de engenharia da IMED, Edson de Araújo, explica que a variação tarifária é calculada de acordo com o grupo de consumo energético. “No consumo de alta tensão, registrados em empresas, o valor é calculado incluindo a divisão entre o horário de ponta e fora de ponta. No horário de ponta ou horário de pico, a tarifa é mais cara porque demanda mais consumo. A baixa tensão é a tarifa residencial. Em ambos os casos, o cálculo considera todas as despesas que a empresa concessionária de energia teve no período anterior”, esclarece. “Quem determina o reajuste é a Aneel e não a concessionária [nesse caso, a CPFL Energia]”, prossegue.
O aumento no preço da energia elétrica abrange 381 municípios do Rio Grande do Sul.
Bandeiras tarifárias
Embora esteja fora dos cálculos do novo reajuste, as bandeiras tarifárias condicionam, ainda, os indicadores de adicional na conta mensal de consumo energético, a partir do índice dos reservatórios hidrelétricos nacionais, como menciona Araújo. “Quando a bandeira está verde, não há acréscimo no valor final que vai para o consumidor porque os reservatórios de água estão em níveis considerados adequados”, especifica. “Na bandeira amarela, esse nível começa a cair e outras formas de produção de energia são acionadas, como as fontes de energia térmica, como compensação e isso torna a produção mais cara”, pontua. Segundo o engenheiro eletricista, a bandeira vermelha é a que mais encarece o preço do consumo de energia. “Ela é dividida em patamar 1 e 2. O segundo é considerado severo [ em relação ao índice de vazão dos reservatórios e necessidade de fontes alternativas para suprir a demanda ]. Com isso, há a necessidade de comprar mais energia”, afirma.