Apesar de estarem em estado de greve, os funcionários do Correios de Passo Fundo continuam trabalhando normalmente. A decisão de não paralisar os serviços foi tomada em assembleia do sindicato da categoria (Sintect-RS) na noite de quarta (31), na sede do Cpers. Os servidores protestam pelo reajuste salarial e manutenção de alguns direitos. A empresa ofereceu acréscimo de 0,8%. A categoria pede 3,79%, no índice da inflação.
O impasse levou a negociação ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). O órgão pediu que os trabalhadores não paralisassem as atividades até o dia 31 de agosto. O prazo, de 30 dias, é para que o judiciário consiga mediar um possível acordo. Nas assembleias pelo Estado, os dirigentes destacaram que o fato de a negociação estar sendo feita por intermédio do Tribunal não significa o ajuizamento do dissídio coletivo. Por esse motivo decidiram reafirmar o estado de greve, para manter a categoria mobilizada para uma possível paralisação.
De acordo com o diretor da entidade em Passo Fundo, Gelson Zapello, a decisão também foi no sentido de não deixar a população desassistida com as entregas, especialmente diante da defasagem no quadro de carteiros. “Desde 2011 não temos concurso nos Correios. De lá para cá, muitos servidores saíram. Hoje estamos realizando o serviço dobrado. Temos 60 carteiros, mas o ideal é que tivéssemos de 100 a 110”, enfatiza.
Uma nova assembleia dos funcionários deve ser realizada na segunda quinzena de agosto em Passo Fundo, mas ainda sem data definida. Conforme Zapello, a categoria pede a compreensão da população. “Pedimos apoio porque estamos lutando pelos nossos direitos e também por melhores condições para tornar o serviço mais ágil e de melhor qualidade”, pontuou.
Pedido do TST
A direção da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) se reunião, de maneira extraoficial, com a assessoria da vice-presidência do TST na tarde de quinta-feira (1º). Na ocasião ficou definido que o comando deve se reunir na próxima quinta, 8 de agosto, para tentar construir uma nova proposta que deve ser levada para aprovação dos trabalhadores até o final do mês de agosto.