Suicídio entre adolescentes cresce 24% em cinco anos

Passo Fundo divide a segunda colocação nacional com 12 suicídios cometidos para cada 100 mil habitantes

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No mês dedicado à prevenção do suicídio, a campanha nacional de conscientização Setembro Amarelo terá como eixo enfático a necessidade de atenção especial com o bem-estar e a saúde mental de crianças e adolescentes.


A preocupação com essa faixa etária é refletida nos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017. Segundo o organismo internacional, o índice de suicídio entre os jovens apresentou um crescimento de 24% em um curto período de cinco anos, figurando como a segunda causa principal de morte entre pessoas de 15 a 29 anos. Os homicídios, como aponta o documento, ainda permanecem como responsáveis pelos maiores indicadores de mortes evitáveis entre os adolescentes. “A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio”, prossegue o último relatório da OMS divulgado em 2016. Isso, segundo a entidade global, representa a morte intencional de 800 mil pessoas por ano ao redor do mundo.


Os dados que servem como parâmetro de monitoramento para o suicídio infantil, no entanto, são ainda mais complexos, como explica a Presidente do Núcleo de Apoio à Vida de Passo Fundo (NAVIPAF), Ciomara Benincá. A subnotificação e as mortes autoprovocadas confundidas como acidentes dificultam a elaboração de estatísticas voltadas à faixa-etária. "Considerando que as doenças psiquiátricas têm aumentado na população infantil em todo o mundo, principalmente transtornos de ansiedade e depressão, e que essas estão entre os principais fatores de risco para o suicídio, justifica-se a preocupação com essa faixa etária", menciona a psicóloga.


As maiores taxas nacionais de suicídios são gaúchas
De acordo com dados divulgados pelo DATASUS, o Rio Grande do Sul apresenta os maiores índices nacionais de suicídio, com média de 10 casos notificados para cada 100 mil habitantes. Dos 20 municípios nacionais que apresentam as maiores taxas do ato intencional de tirar a própria vida, 11 são gaúchos. A cidade de Passo Fundo, conforme a entidade de saúde, divide a segunda colocação nacional com o município de Patos de Minas (MG) com 12 suicídios cometidos para cada 100 mil habitantes, na capital do Planalto Médio.


Na média histórica, elaborada a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, isso representa quase o dobro da média nacional de suicídios registrados na cidade.


Amparo do outro lado da linha
Reconhecida como utilidade pública, o Centro de Valorização da Vida (CVV) atua no amparo psicológico, prevenção ao suicídio e amparo emocional desde 1962. Através da linha 188, os voluntários começaram a atuar no Rio Grande do Sul de forma pioneira, por ser um número gratuito. A unificação nacional dos dígitos iniciou no ano seguinte.


O CVV atua em 19 estados do Brasil e no Distrito Federal com a participação de 2.400 voluntários, como informa a página da entidade na internet. No ano passado, o centro recebeu 2 milhões de atendimentos nos 110 postos descentralizados.
Os telefones funcionam durante todo o dia e o auxílio é fornecido, ainda, nos endereços https://www.cvv.org.br/, via e-mail ou chat.

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