Integração através do idioma

Imigrantes venezuelanos iniciam aulas de Língua Portuguesa em Passo Fundo

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Em uma das salas de aula da Escola de Ensino Médio Antonino Xavier e Oliveira, o lápis de cor se transforma em instrumento para recriar o mundo nas mãos de sete crianças venezuelanas. Na outra ponta da mesa, nove adultos aprendem a verbalizar algumas palavras em português. Apesar do grau de parentesco que os liga e a diferença na faixa etária, os imigrantes descobrem juntos o novo idioma com a curiosidade de quem compartilha as séries fundamentais.


Iniciadas na quarta-feira (4), as aulas de Língua Portuguesa para os estrangeiros que desembarcaram em Passo Fundo há cerca de três semanas, após buscarem, no Brasil, um refúgio à ditadura do presidente venezuelano Nicolás Maduro, reúne a comunidade escolar do educandário na promoção da cidadania e inserção dos novos moradores em uma rotina de outras práticas culturais. "Nossos alunos conseguem projetar o seu futuro e empoderar-se como partícipes de ações de caridade e de amor ao próximo, vendo o quão poderosos são e valorizando, assim, a vida que eles têm, a escola que frequentam e projetando o seu futuro com coragem", avalia a educadora Silvana Marques da Rosa.


Ao lado do também professor, Rafael Freitas, 30 estudantes da escola e de voluntários do projeto "Mãos que Ajudam", vinculado à Igreja Mormom, ela conta que o educandário da Vila Luiza abriu os portões escolares para desenvolver atividades de alfabetização bilíngue com as famílias venezuelanas. "Fazemos visitas constantes para acompanhar a adaptação deles e vermos as crianças. Não há como ensinar sem a prática da ação", pondera a docente que, ao lado do irmão e tenente aposentado dos Bombeiros, Ivan Martins da Rosa, desenvolve o trabalho voluntário há um ano.


Educação como agente transformador
O conteúdo pedagógico elaborado para instruir os imigrantes e facilitar a adaptação e comunicação em um espaço que cultua o idioma diferente da língua-materna ao qual estavam acostumados, os inseriu, ainda, no "Projeto Maleta Juventudes", desenvolvido pelo Canal Futura. Além da gramática da Língua Portuguesa, os 16 cidadãos venezuelanos projetam outras linguagens expressivas, como em jogos educativos, teatro, música e artes.


A iniciativa é feita em parceria com jovens de todo o país, consultores e o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds). A proposta, segundo o Futura, procura valorizar trajetórias pessoais, projetos de vida e a promoção social das juventudes, reforçando políticas públicas para garantia de direitos fundamentais dos jovens. "Os jovens devem ser considerados na pluralidade de suas manifestações e percebidos como agentes econômicos, políticos, simbólicos e educacionais. E também como parceiros estratégicos e protagonistas em processos e iniciativas que os envolvam", sustenta o canal televisivo, na descrição do projeto.

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