Após passar por Tapejara, o presidente da Fecomércio/RS, Luiz Carlos Bohn, esteve ontem em Passo Fundo com o painel Giro pelas Cidades. Recepcionado na sede do Sindilojas, ele falou sobre questões relacionados a atuação política e institucional da entidade nas grandes reformas do país, levando em consideração o contexto econômico atual.
Influenciado pelo baixo retrospecto dos índices de crescimento juntamente com o deficit da União, Bohn entende que a Reforma da Previdência deve ser aprovada. “Quando a gente começa a ficar doente, ou seja, o nosso Produto Interno Bruto (PIB) está caindo, a gente não percebe em um primeiro momento. Após o terceiro ano de queda do PIB estava tudo bem. Mas, os economistas, os empresários e os dirigentes de entidades já sabiam que precisávamos urgentemente mudar. Nesse sentido, o mais importante neste momento é a aprovação da Reforma da Previdência que gera mais maior deficit no orçamento da União, um deficit de 300 bilhões por ano. Por conta disso o orçamento é deficitário há vários anos, e ainda será até o fim deste mandato presidencial”.
No que se refere a Reforma Tributária, segundo o presidente, essa deve possuir três eixos: a simplificação, a neutralidade da carga tributária e o tratamento diferenciado para as micro e pequenas empresas. “É dogmático de que não pode ter o imposto parecido com o CPMF, uma vez que ele é muito nocivo, muito errado sendo muito incidente para a população”, enfatiza.
Luiz Carlos diz que as Reformas da Previdência e Tributária sozinhas não resolvem e quue precisam ser pensadas em conjunto. “Trabalhamos com comunicação, buscando esclarecer à população as necessidades urgentes do país. Atualmente atuamos nas mídias e redes sociais para a sociedade aceitar a Reforma da Previdência. O outro governo tentou, o anterior a este, e não conseguiu porque perdeu a guerra da comunicação, ou seja, a sociedade falou muito mais mal do que bem”, diz o presidente.
Impacto
Além disso, o presidente da entidade alerta que as reformas não irão ter impacto imediato. “Com o novo governo parecia que tudo iria começar a subir virtuosamente, mas não é assim, existe muita dificuldade para retornar porque o buraco foi, e continua, muito profundo”. Pessoalmente o presidente acredita, assim como os economistas, em uma projeção de crescimento orgânico, seguro e continuado de 1%, 1,5% no próximo ano, e 2020 um crescimento mais virtuoso, quiça com 2 a 3% de crescimento a partir de 2022.
Conforme informa Luiz Carlos, a Medida da Liberdade Econômica tende a facilitar a vida de quem empreende. “Existem três fatores essenciais da Medida: a criação da possibilidade de todos os documentos estarem em meio digital, um mundo novo que veio para ficar, sem diário impresso, garantido um sistema eletrônico sem perigo; acena como positivo ao retirar a necessidade de apurar o estoque a cada mês de todos os produtos interagindo com a Fazenda bem como a mudança no e-social dada a dificuldade da plataforma”. Complementa dizendo que a “lei é muito mais ideológica do que prática, porque acena para a sociedade com o governo dizendo que acredita nas pessoas ao invés de desconfiar e tachá-las como irregulares. Agora você pode empreender com menor burocracia, acreditando com o empreendedor está seguindo as regras”.
Projeção
“É necessário acreditar que vai dar certo, teremos um fim de ano melhor com certeza. Não desanime do Brasil, é um país maravilhoso com um povo maravilhoso temos a pujança de regiões como Passo Fundo, uma cidade bonita e próspera com agricultura e comércio forte, finaliza”.
A Fecomércio também realiza eventos pelo Estado, com o objetivo de esclarecer as dúvidas e determinadas anseios dos empreendedores. A última edição do Giro pelas Cidades, será no mês de novembro em São Borja, com a pauta “O Brasil está para os negócios”.