Diretores se manifestam sobre críticas em redes sociais e CPI

A diretoria da estatal emitiu uma nota de esclarecimento nesta quarta-feira (2)

Por
· 3 min de leitura
 Crédito:  Crédito:
Crédito:
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Após reiteradas críticas de vereadores, inclusive em um vídeo que circula pelas redes sociais mostrando ônibus da Codepas, e uma tentativa de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), a diretoria da estatal emitiu uma nota de esclarecimento nesta quarta-feira (2). Os gestores informam que apesar das acusações, não haviam recebido, até a data de publicação do documento, nenhum pedido de informação ou esclarecimentos. “Giza-se que todas as informações que forem necessárias e requisitadas por meios legais e de forma documental a empresa fornecerá de forma ética e transparente, sendo de interesse da direção que a Câmara de vereadores e a população tenham conhecimento”, dizia.
A nota é assinada pelo diretor-presidente Tadeu Karczeski, pelo diretor administrativo-financeiro Degnor Pimentel Reis, pelo diretor operacional José Carlos Merlim e pelo assessor jurídico Maroni Fontoura Franco. Eles ainda respondem sobre um vídeo que circula pelas redes sociais.


Vídeo
Publicado pelo vereador Renato Tiecher (PSL), na gravação um grupo de parlamentares mostra as condições físicas de alguns ônibus da empresa e fazem questionamentos à frota. Tiecher foi o orador do Grande Expediente da sessão plenária de quarta-feira. Ele usou seu espaço na tribula para tecer críticas à companhia e cobrar esclarecimentos sobre os dados financeiros divulgados nos últimos 15 dias.


O episódio do vídeo também foi relatado na tribuna. Ele disse que foi acompanhado de funcionários da Codepas, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo (Sindiurb), e dos vereadores Luiz Miguel Scheis (PDT) e Cláudio Rufa Soldá (PP). “Um ônibus ano 2006, sem motor, sem pneus, só a carcaça, que, se tivesse em bom estado valeria mais de R$ 100 mil e que agora possivelmente está indo para um leilão por menos de R$ 5 mil. Outro ônibus ano 2017, com acessibilidade para cadeirantes, tudo dentro da modernidade, também faltando peças, com risco de sucateamento e custo acima de R$ 200 mil. Queremos esclarecimentos para a nossa comunidade de Passo Fundo sobre este descaso com a frota de ônibus da empresa”, afirmou.


Na nota de esclarecimento, a direção da Codepas afirma que os veículos filmados foram a leilão recentemente e um outro – apenas a carroceria – foi doado à Secretaria de Educação para um projeto da pasta. “Não podemos deixar de informar que todos os ônibus possuem mais de 13 anos de uso e não possuem acessibilidade, sendo inviável a sua utilização na frota, a demais necessitariam de alto investimento para que voltassem a rodar. Sendo assim, as peças que estavam em bom estado foram reutilizadas dado maior aproveitamento para a Companhia do que fossem vendidas em leilão”, pontuavam.


Os gestores ainda explicam outro ônibus que aparece no vídeo, o de número 56/2017, que está parado porque esteve envolvido em um acidente. “Em detrimento deste acidente foi aberto processo administrativo interno (sindicância) nº 65/2019 para apurar a realidade dos fatos e posteriormente possível ressarcimento para a Companhia. Toda via o ônibus está parado porque aguarda a entrega das peças que foram encomendadas da fábrica, com prazo de entrega de até 40 dias após realizado orçamentos e pedido, ainda informamos que até o final desta semana o veículo já está cumprindo seu itinerário”.

 


Ofereceram resposta também sobre o posto de abastecimento, informando que a vencedora da licitação se comprometeu em fornecer as instalações sem custos e que, com isso, a qualidade do combustível irá melhorar e evitar problemas com bicos injetores e motores. Ainda disseram que no vídeo foi dito que não havia ninguém da administração na empresa, o que “é uma inverdade, pois os diretos estavam presentes e em nenhum momento foram solicitados”.

 

CPI
Nas últimas semanas, um grupo de vereadores tentou instaurar uma CPI destinada a apurar a situação financeira da Codepas. O documento acabou sendo retirado por falta de assinaturas. Das sete assinaturas necessárias para ingressar com o pedido, apenas seis vereadores assinaram. Além do autor do pedido, Luiz Miguel Scheis (PDT), apoiaram a abertura da CPI os parlamentares Eloí Costa (MDB), Renato Tiecher (PSL), Gleison Consalter (PSB), Márcio Patussi (PDT) e Claudio Rufa (PP).
Na nota da Codepas, afirma-se que os dados e informações utilizados na tentativa de CPI eram inverídicas. “Até o momento os vereadores que desejavam a abertura da CPI e realizaram a filmagem não apresentaram a fonte que forneceu a planilha com informações inverídicas”.

 

Convocação
No fim de setembro, a Comissão de Cidadania, Cultura e Direitos Humanos (CCCDH) protocolou uma convocação para que representantes da Codepas, da Secretaria de Transportes e da Procuradoria-Geral do Município (PGM) compareçam à Câmara de Vereadores e prestam informações sobre a situação financeira da empresa e o destino dos funcionários após o fechamento das atividades de transporte público. A medida foi tomada depois que a CCCDH promoveu uma audiência pública sobre o tema e os membros da empresa e do Executivo, que haviam sido convidados, não compareceram.
A nota da diretoria da Codepas pode ser conferida na íntegra no site da empresa.

 

Gostou? Compartilhe