Dos mais de dois mil passo-fundenses que, na última sexta-feira (18), formavam fila a dobrar o quarteirão nas proximidades da agência local da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/Sine), aproximadamente 200 conseguiram a tão aguardada (re)colocação no mercado de trabalho. As vagas eram ofertadas através do Empregar RS, considerado o maior evento de empregabilidade do Estado. Na 6ª edição do programa, em Passo Fundo, foram mais de 200 vagas de emprego aguardando candidatos. Distribuídas em cerca de 20 empresas, as ofertas para os setores secundário e terciário do município incluíam cargos como recepcionista, auxiliar administrativo, garçom, motorista, operador de produção, entre outros.
De acordo com o coordenador do FGTAS/Sine de Passo Fundo, Sérgio Ferrari, todas as vagas em aberto foram preenchidas ainda na sexta-feira. No entanto, enquanto para algumas vagas o candidato precisava apenas realizar o cadastro do seu currículo no Sine e, caso preenchesse os pré-requisitos, poderia ser efetivado imediatamente, em outros casos, a contratação dependia de entrevista com a empresa. “A princípio, a intenção é que a colocação tenha sido total. Nossos intermediadores realizaram a captação dos dados cadastrais e o encaminhamento dos candidatos para 100% das vagas que estavam disponíveis. O que acontece é que, no caso daquelas que dependiam de entrevista, nós fazemos apenas a primeira triagem. Pode ser que no decorrer dessa semana, as empresas façam as entrevistas e depois nos procurem dizendo que aquele não era o perfil que elas estavam buscando. Aí, a vaga é reaberta e nós encaminhamos outros candidatos que fizeram o cadastro conosco, mas que não haviam conseguido vaga”, explica.
Qualificação
Na maior parte dos casos, ainda segundo Ferrari, as vagas que tendem a reabrir são aquelas que demandam maior qualificação. “Tínhamos desde oportunidades que exigiam somente ensino fundamental, até algumas que pediam experiência, cursos técnicos ou ensino superior”. Dentro deste cenário, o coordenador observa que há um despreparo de grande da população que quer ingressar no mercado de trabalho. Hoje, entre cinco e sete mil pessoas permanecem desempregadas no município. “A gente notou que muitas pessoas não têm qualificação. Algumas, não tem nem mesmo o ensino fundamental, e não estamos falando de idosos – a maioria delas são pessoas jovens. Basta observar o provão único do Ensino de Jovens e Adultos (EJA), que está tendo quase duas mil pessoas a cada edição. Algo está errado. As pessoas não estão estudando, elas só vão fazer o provão porque o empregador exige, mas dessa maneira ninguém adquire conhecimento, só a titularidade”, aponta.
Embora duas mil pessoas aguardassem na fila, a estimativa preliminar é que 400 delas tenham de fato realizado o cadastro na agência à espera de uma vaga. O motivo é a falta de efetivo para atender um número tão grande de pessoas em um único dia e, também, a desistência de alguns candidatos. É que, à medida que as vagas eram preenchidas, muitos que aguardavam na fila desistiam de continuar à espera para que os agentes pudessem fazer a captação de dados cadastrais. Além destes serviços, na sexta-feira, quem compareceu à atividade contou ainda com orientação profissional e educacional por parte do Sistema S, do CIEE e da 7ª Coordenadoria Regional de Educação.