Estudante faz 'vakinha' para representar o país em Genebra

Acadêmico de Pedagogia vai participar do Fórum das Nações Unidas

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Jovem de Carazinho foi selecionado entre mais de 80 candidaturas nacionaisJovem de Carazinho foi selecionado entre mais de 80 candidaturas nacionais
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Todas as manhãs, o acadêmico de Pedagogia, Elizandro Baccin, acorda e uma das primeiras coisas que faz é abrir a caixa de correio eletrônico. Entre correspondências pessoais e da faculdade, uma notificação, em específico, deixou o jovem de 28 anos "em êxtase", como ele mesmo definiu. A euforia foi provocada pela carta de aceite da Diplomacia Civil Brasileira para que ele representasse o país no Fórum das Nações Unidas sobre Negócios e Direitos Humanos, que deve acontecer entre os dias 23 a 29 de novembro, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, na Suíça.


Desde a metade daquele manhã de 8 de outubro, quando a candidatura do estudante carazinhense foi a escolhida, entre as mais de 80 postulações, pelo Instituto Global Attitude para integrar a comissão de delegados, ele iniciou uma campanha online de arrecadação de verba para conseguir embarcar ao país da Europa Central. "Eu fui procurando lugares onde os professores podem atuar além da docência, e depois de algumas outras tentativas de inscrição no sistema da ONU, eu fui aceito. Quando falamos em economia global e direitos humanos, a educação também é afetada porque ela ocupa todos os espaços", pondera sobre uma possível explicação para a escolha.


No evento global, que deve reunir cerca de 2 mil pessoas de todos os Países-membros da ONU, Baccin será o único delegado a representar a educação brasileira para debater os impactos da economia no sistema educacional. "A Pedagogia surgiu de um anseio em fazer a diferença na sociedade", conta ele, que deve receber o diploma no final do ano, na Universidade de Passo Fundo (UPF). "Isso mostra que o educador tem, sim, uma representatividade nos espaços", prossegue o jovem. 

 

Solidariedade em linha
Prazo curto para o pagamento do valor de participação e um montante alto. Diante desses termos de condição, o universitário criou uma vakinha virtual. Assim, escrita com a letra K mesmo, o site permite que a sociedade civil financie campanhas que considerar pertinentes. Com o engajamento "Elizandro vai à ONU", ele já conseguiu 24,56% do pressuposto total, orçado em R$ 10.790,00. "Esse valor custeia as passagem e a hospedagem. Alimentação e deslocamento lá em Genebra é por minha conta", explica Baccin. O depósito desse total, no entanto, foi feito ainda no dia 13 de outubro, depois que ele conseguiu prorrogar em um dia a data limite para confirmar o último item que assegurava a ida às Nações Unidas. "Eu estava bem desanimado porque nós só conseguimosR$ 2.650,00 do total. Mas, uns dias antes de terminar o prazo, eu recebi uma ligação de uma pessoa informando que completaria o valor", menciona. De acordo com ele, a identidade da figura solidária, por hora, é mantida em segredo. "Mas, eu continuo com a vakinha porque vou devolver esse valor quando eu voltar", destaca.


O graduando deve embarcar para Genebra no dia 22 de novembro e critica a ausência de suporte de lideranças políticas regionais ao protagonismo estudantil. "Não houve suporte tanto municipal quanto político. Por fazerem parte de um tratado de Cidades Educadoras, as cidades da região têm um olhar mais sensível a isso", analisou. 

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