Preço da carne bovina aumenta cerca de 20% no comércio local

Tensões econômicas e diminuição da oferta interna explicam a elevação

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Calculadora em mãos e caneta para riscar alguns itens da lista de compras quando o carrinho se aproxima do açougue. Nas duas últimas semanas, essa tem sido a rotina dos consumidores passo-fundenses na hora de escolher os cortes de proteína animal a serem incluídos na dieta familiar depois que a carne bovina registrou um aumento em cerca de 20% no preço final.
Em alguns estabelecimentos locais, a compra da carne vermelha de abatedouros regionais também subiu, em média, 25%. “Nessa semana subiu demais”, queixa-se o comerciante de carnes, Adalberto Balbinotte. Essa alta na compra se reflete na outra ponta, quando o cliente precisa optar pelo corte mais barato. O problema, no entanto, é que as carnes mais buscadas entraram na esteira de aumento. Segundo Balbinotte, os cortes de carne utilizados no preparo de bifes e a chuleta bovina aumentaram de 20,9% a 26,9%, se comparado ao preço praticado nos meses anteriores. Já os cortes considerados mais nobres, como a picanha e o filé mignon, estão 15% mais caros no estabelecimento que mantém na Vila Rodrigues.
No Oriente
A explicação para as queixas de comerciantes e consumidores vem do economista e professor da Universidade de Passo Fundo (UPF), Jucemar Zilli. O impacto do surto de peste suína africana no mercado chinês, que levou à morte cerca de 40% da criação de porcos em menos de um ano, elevou a demanda de exportação da carne brasileira ao parceiro comercial do Oriente. “O que se alterou foi a oferta, porque estamos exportando mais carne, e não a demanda. Há uma menor oferta de produção interna para uma demanda que se manteve”, justificou.
Essa alteração na dinâmica do mercado de carnes brasileiro para suprir a emergência de proteína animal do gigante asiático é aliada, ainda, ao setor primário. “A oferta de animais também é menor porque se percebe um abate de matrizes. As fêmeas são abatidas e, portanto, o plantel de bezerros se reduz”, prosseguiu Zilli.
Legenda: Preço nas carnes de aves subiu 10%, enquanto as de suíno, 15%
Foto: Agência Brasil

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