O Censo Demográfico, com previsão de início para 1º de agosto do próximo ano, deve gerar cerca de 250 empregos temporários em 26 municípios de abrangência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na região Norte do estado.
O maior e mais preciso mapeamento da população brasileira, realizado a cada 10 anos pelo instituto, foi reajustado, nos primeiros meses de 2019, para a contenção de recursos destinados ao orçamento do órgão federal. “Nós não conseguimos fazer um Censo se não tivermos uma base cartográfica atualizada porque é a referência para o nosso trabalho. Estamos terminando essa base e, agora, tem uma série de atividades e treinamentos”, explicou o chefe da unidade estadual do IBGE, José Renato Braga de Almeida, durante uma reunião com os coordenadores locais da entidade estatística, na manhã de quarta-feira (04), na sede em Passo Fundo.
A pressão fiscal do governo federal reduziu de R$ 3,4 bilhões de reais para R$ 2,3 bilhões o valor final destinado à realização do Censo 2020. Ainda assim, a estimativa é contratar 190 recenseadores e 24 agentes censitários municipais e 23 supervisores para percorrer os lares passo-fundenses, delimitados em três setores de atuação, e coordenar a coleta das informações, conforme revelou o chefe local do IBGE, Jorge Bilhar. “O IBGE estará contratando em torno de 13 mil pessoas no Rio Grande do Sul e, no Brasil, 242 mil pessoas. É uma operação muito grande e por isso a preocupação com essa estrutura toda. O que se faz em Passo Fundo, tem que fazer nas demais localidades”, contou Almeida. “Uma coisa que a gente preserva muito é a comparabilidade das informações para que tenhamos um retrato do Rio Grande do Sul”, prosseguiu.
Coleta virtual
Em maio do ano passado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística iniciou o teste de coleta de dados pela internet para o Censo Demográfico. A fase preliminar está sendo desenvolvida junto às populações de 52 municípios das cinco grandes regiões brasileiras, incluindo domicílios de todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes. “Na primeira semana, o IBGE vai aplicar os questionários pela internet e depois visitar os moradores que não responderam”, mencionou José Renato.
O recurso já havia sido utilizado em 2010 em poucos casos pela progressiva democratização de acesso ao universo virtual, como lembrou o chefe estadual, mas apenas como alternativa à entrevista presencial em ocasiões em que ela não foi possível. “A gente investe nessa modernização e espera que ela nos ajude também porque, como falei, é uma pesquisa cara e o bater de porta em porta se torna mais caro ainda”, avaliou ele. As novidades introduzidas na pesquisa demográfica, no entanto, não devem comprometer os dados finais disponibilizados pelo instituto. “O IBGE vai fazer uma pesquisa completa”, assegurou.
A redução, aliás, não se restringe apenas ao contexto financeiro para o próximo Censo. Com a introdução da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – que mensura as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho, e outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país – o número de questões a serem respondidas também devem ser menores. “Em algum momento parece que o IBGE cortou questionário, mas não. Ele, na verdade, não está coletando um dado em duplicidade”, explicou Almeida.
No domingo (8), a prova para as primeiras convocações deve ser aplicada aos candidatos. Dois novos editais estão previstos para serem publicados até o próximo ano.
Censo demográfico deve gerar mais de 200 empregos temporários na região
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