O despertar da sensibilidade, da empatia e da compaixão no trato ao ser humano enquanto coletividade será o mote da Campanha da Fraternidade deste ano, lançada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na Quarta-feira de Cinzas (26). O tema "Fraternidade e Vida: dom e compromisso”, apoiado pelo lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, aborda as figuras de Santa Dulce dos Pobres e do Papa Francisco como ícones de reflexão e estímulo às ações em defesa da vida.
A escolha do eixo temático que norteia os trabalhos nas congregações religiosas, como ponderou o arcebispo da Arquidiocese de Passo Fundo, Dom Rodolfo Luís Weber, é feita a partir de uma proposição colegiada entre várias pastorais nacionais. A promoção da fraternidade entre as distintas comunidades, aliás, impulsiona os trabalhos de evangelização, segundo o texto-base da campanha de "conscientizar, à luz da palavra de Deus, para o sentido da vida como dom e compromisso". “O tema transversal é amplo porque não envolve apenas a vida humana, mas a vida como um todo”, disse o religioso.
As frentes de atuação da Campanha da Fraternidade, conforme mencionou ele, pretende atuar em todas as vertentes “em que a vida é atacada”. Do foro pessoal ao comunitário, o trabalho será realizado, ainda, nos 47 municípios de abrangência arquidiocesana, que contempla 53 paróquias e 865 comunidades. Dividido em nove seminários – o primeiro deles a ser realizado nesta quinta-feira (27) em Guaporé -, a Parábola do Bom Samaritano, presente no Evangelho de Lucas, será enfatizada para promover as ações para o bem comum. “Como menciona o Papa Francisco, é preciso acabar com a cultura da indiferença”, ponderou Weber. “O mundo fica abalado quando a Bolsa de Valores cai, mas não há a mesma comoção quando morre uma multidão, por exemplo”, prosseguiu o líder religioso. “O objetivo não é fazer apenas grandes ações, mas incentivar as pequenas também”,
Campanha
Criada em 1962, a Campanha da Fraternidade é apresentada todo ano na quarta-feira de cinzas, período responsável por marcar o início da Quaresma ou, para os católicos, os 40 dias que antecedem a Páscoa. Além dos textos informativos que fundamentam as ações teóricas, a Coleta da Solidariedade será uma das ações práticas voltadas ao apoio de projetos sociais. A verba, como explicou Dom Rodolfo, é distribuída a partir de um Fundo Pastoral, seja ele nacional ou estadual, gerado com as contribuições espontâneas dos fiéis durante o Domingo de Ramos.