Depois de quatro anos sem a tradicional festa popular, no sábado, 1º de março, Passo Fundo teve a volta do desfile das escolas de samba. O evento, organizado pela Liga Independente das Escolas de Samba de Passo Fundo (LIESPF), contou com as apresentações de quatro escolas e levou um público de aproximadamente três mil pessoas para a Sete de Setembro. Em novo formato, objetivando uma reestruturação, este ano todos trabalharam em torno de um tema único e sem competição.
Em harmonia com a passarela
Com arquibancadas e camarotes instalados no trecho da Sete junto ao Parque da Gare, uma ampla infraestrutura foi disponibilizada. Uma pista da avenida foi destinada ao desfile, um trecho de 200 metros de asfalto recebeu uma pintura branca, transformando-se na passarela do samba. Sob as luzes da passarela, muita gente sambou, desfilou com as suas fantasias, cantou enredos e encantou. Nas arquibancadas ou nos camarotes, um público digno de uma grande festa popular entrou em harmonia com a pista. Havia famílias, grupos de amigos, casais apaixonados e crianças encantadas com a beleza das fantasias. Sem distinções, todos estavam fantasiados pela sua paixão pela folia. E, claro, havia um indisfarçável sorriso e um brilho de alegria nos olhos pela volta da festa de rua.
Quatro escolas
Não havia concurso, mas os aplausos garantiram nota dez para as quatro escolas. Todos os enredos contaram “A História de Passo Fundo”, mas cada escola teve abordagem própria para cantar e trabalhar o tema. A Chalaça abriu o desfile e, já no início, interagiu com as arquibancadas. Era só o início da festa, unindo passos e aplausos. Na batida da tradicional bateria do Mestre Marcão, entrou a Academia da Cohab I e a festa cresceu. Depois as cores da Pandeiro de Prata invadiram à Avenida com o brilho das fantasias e o sempre destaque Saul Custódio. Ao final, a União da Vila chegou com uma coreografia perfeita da comissão frente, puxando muita beleza para desfilar.
Avaliação positiva
O trabalho das escolas resultou em muito brilho. Grande público e, claro, uma avaliação positiva. Teve um contratempo, no desfile da primeira escola, com uma falha na sonorização. Mas foi só um tempinho e o samba voltou a ecoar alto na passarela. Para o presidente da LIESPF, Felipe Machado foi “um grande espetáculo, melhor que o previsto”. Ele destaca que “quando parou o som, a Chalaça deu o primeiro show e a arquibancada levantou e não parou”. Também o secretário de Cultura de Passo Fundo, Henrique Fonseca, lamentou a falha e destacou que “a bateria da escola não parou e a arquibancada não se abalou”. O evento não deu prejuízo e a Liga fechou o Carnaval com o saldo positivo. Após uma pausa, o trabalho será retomado para o desfile de 2021. Neste espaço, a LIESPF irá realizar uma seleção e oficinas, como de percussão e dança, principalmente para crianças. “Pretendemos triplicar o número de componentes de cada escola”, diz o presidente Felipe.