As prateleiras totalmente vazias onde, antes, eram expostos frascos de álcool em gel e a placa indicando limite de três pacotes por cliente nas gôndolas de papel higiênico são alguns dos sinais deixados pela corrida dos consumidores aos supermercados. Desde que os primeiros casos de coronavírus foram confirmados no Brasil e diante da orientação de alguns municípios para que as pessoas evitem sair de casa, parte da população tem se preocupado em estocar produtos. Apesar do pânico, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) garante que o movimento é desnecessário e que os supermercados gaúchos não correm risco de desabastecimento.
De acordo com o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, é hora de tranquilizar o consumidor. “Não haverá falta de alimentos ou de produtos de necessidade básica. Esta é uma situação diferente da greve dos caminhoneiros, por exemplo, quando o setor estava com dificuldades para receber as mercadorias da indústria. Hoje, o abastecimento está normal”, explica. Conforme o supermercadista, a ruptura de alguns itens em supermercados maiores, que provocou a sensação de falta de produtos, foi resultado do crescimento atípico da demanda. “Alguns itens registraram em algumas horas a venda programada para uma semana. Por mais eficientes que as empresas sejam, não há como reabastecer as gôndolas nesta velocidade”, salienta, sublinhando que as empresas têm estoques dos produtos e que em algumas horas o abastecimento é normalizado.
Em uma das maiores redes de supermercados de Passo Fundo, onde produtos como o álcool em gel estavam em falta nessa quarta-feira (18), a direção reiterou a informação dada pela associação que representa o setor. “Informamos que não há risco de desabastecimento ou de falta de alimentos e produtos de necessidade básica nos supermercados, à exceção de produtos de grande procura, como álcool gel. Hoje, o abastecimento está normal. Nossos colaboradores estão recebendo orientação sobre higienização básica e medidas preventivas, buscando evitar a proliferação do vírus”, informou em nota.
Cuidado redobrado
Presentes em 100% dos municípios gaúchos, os supermercados do RS recebem diariamente cerca de quatro milhões de consumidores em suas lojas em todo o Estado. Buscando refrear o avanço do coronavírus e garantir a segurança de consumidores, funcionários e fornecedores, as empresas do setor estão adotando uma série de medidas de prevenção com o objetivo de minimizar os riscos de contaminação com o Covid-19 e garantir a normalidade do abastecimento de produtos à população. Segundo o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, a entidade enviou uma cartilha orientando os associados sobre boas práticas operacionais que contribuam para a segurança sanitária dos estabelecimentos.
As medidas vão desde o reforço na higienização de carrinhos, cestos e checkouts, até a suspensão das degustações em loja e a reorganização do mix de produtos com foco no autosserviço – evitando filas e sobrecarga nos balcões de atendimento de açougue, padaria e fiambreria, por exemplo. “É o momento de todos fazerem sua parte. O supermercado é como uma extensão da casa dos consumidores, e por ser um setor de atividade essencial à população, será muito demandado nas próximas semanas”, reconhece o dirigente.
Ceasa adota medidas preventivas
A Ceasa, maior entreposto de hortifrutigranjeiros do Estado, adotou medidas para que o abastecimento continue e para que todas as pessoas que frequentam o local estejam conscientes sobre a importância da prevenção ao novo coronavírus (Covid-19). As medidas consideram a situação de emergência de saúde pública e o fato de que a aglomeração de pessoas é inerente às atividades lá desenvolvidas.
A administração criou um plano de ações para reduzir os riscos de contaminação. Além disso, equipes da Vigilância Sanitária Estadual farão ações de conscientização sobre as formas de prevenção e de manuseio correto dos alimentos comercializados por produtores e atacadistas. A central destaca que, ao contrário dos produtos industrializados, que podem ser estocados em larga escala e por muito tempo, frutas, legumes e verduras frescas que abastecem o mercado precisam ser colhidas e vendidas diariamente.
Diante dessa realidade, foram adotadas medidas como: aumento da frequência de limpeza e desinfecção de locais e superfícies de uso intenso como banheiros, corrimões, maçanetas, cadeiras e balcões de atendimento; suspensão de reuniões ou eventos que utilizem a capacidade máxima do auditório; suspensão por 30 dias de todas as atividades de visitação coletiva à Ceasa; manutenção dos ambientes ventilados e recomendação de higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool gel; solicitação para que permissionários disponibilizem materiais e equipamentos de proteção e álcool gel para colaboradores e clientes de suas empresas; solicitação para que os permissionários dispensem funcionários do grupo de risco; limitação do uso do refeitório; e dispensa de funcionários e servidores terceirizados da Ceasa que estejam no grupo de risco.