Responsável pelo atendimento primário a 743 presos em cumprimento de pena em regime fechado, a Unidade Básica de Saúde (UBS) instalada no interior do Presídio Regional de Passo Fundo (PRPF) registra a ausência de médico há duas semanas.
A preocupação da administração da casa prisional e dos policias penais é sustentada pelo risco de contágio do novo coronavírus tendo em vista a superlotação das celas projetadas para abrigar 307 detentos. Conforme explicou o diretor do Presídio Regional, Rodrigo Locatelli, na manhã de terça-feira (31), o profissional de saúde responsável pelas consultas aos apenados pediu exoneração do cargo após ter sido aprovado no exame para Residência Médica no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). “Claro que faz falta. Muitas vezes, levamos os presos para a UBS para a nossa própria segurança e a segurança da própria população”, afirmou.
Com a saída do médico, apenas uma enfermeira permanece no centro de saúde fazendo a triagem dos presos que, como ressaltou Locatelli, são transferidos aos hospitais locais em casos sintomáticos mais intensos, sob escolta dos agentes. A equipe de saúde, contratados pelo Poder Público Municipal de Passo Fundo, é composta ainda por um técnico de enfermagem. A atuação de psicólogos e assistentes sociais, no interior da casa de detenção, fica a cargo da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). “Já informamos a Delegacia Regional [4ªDPR] e eles são responsáveis por notificar a Secretaria de Saúde”, mencionou o diretor.
Reforço preventivo
Desde 2017, a UBS possui salas para atendimento médico, odontológico e ginecológico e sala de curativos para atender em torno de 950 presos entre o Instituto Penal e o Presídio Regional de Passo Fundo.
O anexo foi construído com a mão de obra dos próprios detentos e teve um custo de R$ 100 mil reais, cuja verba foi disponibilizada pela Vara de Execuções Criminais (VEC) e Ministério Público da Comarca de Passo Fundo através de uma parceria firmada entre a 4ªDRP e o Conselho da Comunidade do Sistema Penitenciário.
Policiais penais afastados
Por se enquadrarem no grupo de risco para a infecção pelo Covid-19, e apresentarem um quadro clínico asmático, duas policiais penais lotadas no Presídio Regional foram afastadas das funções profissionais presenciais. Em bom estado de saúde, segundo Locatelli, elas estão cumprindo o isolamento social preventivo e atuando na modalidade home office em algumas tarefas administrativas que competem ao cargo.
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