As aulas da rede estadual estão suspensas desde 19 de março. Na terça-feira (31/03), o governador Eduardo Leite anunciou que a suspensão está mantida até o dia 30 de abril. Embora não desenvolvam a doença com maior gravidade, jovens e crianças são considerados transmissores do coronavírus. Para a manutenção das aulas a distância, o estado implementou as aulas programadas, que envolvem diversos recursos pedagógicos e tecnológicos, os quais as escolas dispõem, incluindo plataformas digitais e aplicativos variados. “As atividades desenvolvidas por meio das aulas programadas estão disponibilizadas de modo que todos tenham acesso, seja por mensagens de WhatsApp ou Facebook, compartilhamento de arquivos de áudio e vídeo, por e-mail, por salas virtuais, ou até mesmo pela entrega de materiais didáticos nas áreas rurais do Estado”, explica a Secretária em comunicado do dia 1º de abril.
Muito antes da adoção das aulas programadas, em função do isolamento social imposto pela pandemia do coronavírus, a internet já era uma aliada do professor de química Rudimar Pedro. Em 2017 ele criou uma plataforma gratuita para o ensino-aprendizagem da disciplina para alunos do ensino médio estadual. “Senti a necessidade de algumas ferramentas adicionais para o ensino de química, que é uma disciplina complicada para todo mundo, tem até um rótulo de que é uma disciplina ruim, que os alunos não gostam”, conta o professor.
“Quimicando Com o Prof. Rudimar” conta hoje com mais de 11 mil curtidas no facebook e conteúdos como apostilas, apresentações de powerpoint e artigos são encaminhados para quase três mil alunos. A partir da pandemia do coronavírus o trabalho foi intensificado e essa plataforma facilitou a realização de aulas ao vivo.
Rudimar também é professor das faculdades de engenharia da IMED, que mantêm suas aulas online. A partir do conhecimento fornecido pela instituição, ele teve a ideia de realizar encontros online também com seus alunos do Colegio Estadual Joaquim Fagundes dos Reis, o que foi facilitado pelo fato de já possuir o contato dos estudantes devido a plataforma Quimicando. “Eu consegui chegar até eles, através do convite EaD, e a resposta para a primeira aula foi excelente, com o comparecimento nos meetings de cerca de 30%”, conta o professor.
Para as aulas, o professor utiliza a metodologia da sala de aula invertida. Nessa metodologia, o material e as tarefas são encaminhadas, os alunos estudam e depois é realizada a aula ao vivo. “Quando nós realizarmos nosso contato ao vivo, via EaD, eles já sabem do que se trata, facilita e todas as dúvidas são eliminadas”, explica Rudimar. Ele acredita que dessa forma o aluno tem uma melhor compreensão da química e que o professor atua como mediador. “Eu tenho uma ideia bem clara sobre química, que o aluno deve entender, compreender e não aprender. Porque a medida em que o aluno entende e compreende a química, ele está apto a descobrir um mundo ao seu redor, que é pura química”, explica Rudimar.
As aula ao vivo também trazem uma nova perspectiva para os estudantes. “Os alunos têm aquele esclarecimento maravilhoso de que nada substitui a conversa ao vivo e o debate alegre, inclusive entre todos os colegas, porque a nossa sala de aula via EaD fica com o microfone aberto para todos os participantes se manifestarem, tirarem as suas dúvidas”, destaca Rudimar. O professor também possui grandes expectativas para as próximas aulas. “Na segunda-feira e na próxima terça-feira vai estar ainda mais aperfeiçoado, com um número ainda maior de alunos participando, ou seja, vai ser ainda mais legal”, conta. O professor destaca que o Colégio Fagundes dos Reis forneceu ampla liberdade para os professores seguirem trabalhando durante a suspensão das aulas.