MST doa 2,5 toneladas de alimentos para famílias de ocupações urbanas

Duzentos lares passo-fundenses foram contemplados com os mantimentos

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No último sábado (11), o produtor rural Isaías Vedovatto acordou cedo e, ao lado dos vizinhos, começou a encher cestas com alimentos. O leite, a carne moída, as bebidas lácteas, as frutas, verduras e produtos de panificação foram acomodados em um caminhão, estacionado na Fazenda Anonni, em Pontão, e, assim que a porta traseira se fechou, o veículo começou a andar com destino a Passo Fundo. 

Os cultivos orgânicos, germinados nos 9,3 mil hectares de terra do primeiro assentamento do Movimento Sem Terra (MST), tiveram como destino 200 famílias que vivem nas ocupações urbanas, erguidas em vários pontos da cidade, para amenizar os impactos sociais e econômicos no período de isolamento social, necessário para diminuir a curva de contágio pelo novo coronavírus. “A doação de alimento não substitui o papel do Estado. O MST adotou uma estratégia central de produzir orgânicos e empoderar o povo que está organizado”, explicou Vedovatto. 

As 2,5 toneladas de mantimentos foram depositadas na sede da Coordenação do Movimento Nacional de Luta pela Moradia para chegarem aos lares dos moradores das Ocupações Bela Vista e Vista Alegre ainda no dia da entrega, naquela véspera de Páscoa. 

Antes do destino final, contudo, as sete comunidades formadas na Fazenda Anonni colheram os cultivos e iniciaram uma campanha para fortalecer as cestas com o que não é produzido na localidade pelas 423 famílias, como cucas e pães. Em dois dias de mobilização, segundo mencionou Isaías, os donativos começaram a chegar para serem incorporados aos demais produtos. “O MST tem realizado várias ações de apoio e solidariedade na luta pela reforma urbana na cidade”, agregou. 

Agricultura sustentável 

A batata doce, mandioca, abóbora, moranga, alface, couve e tempero verde que os moradores dessas localidades receberam foram cultivados sem o uso intensivo de agrotóxicos, seguindo uma política nacional do MST para a agricultura sustentável. Na ocupação do movimento, como contou ele, as escolas, postos de saúde, igreja e espaço de lazer dividem o terreno com as moradias dos trabalhadores rurais e Cooperativa Agropecuária e Laticínios (Cooperlat), que trabalha com industrialização e comercialização do leite, e envolve cerca de cem famílias Sem Terra e outras da região.

Os orgânicos cultivados nas terras assentadas também integram a alimentação escolar de crianças e adolescentes, através do Programa Nacional de Aquisição de Alimentos (PNAE), em mais de 50 escolas nos municípios de Carazinho, Passo Fundo e Pontão.

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