OPINIÃO

Maior poder de compra durante a crise. Como é possível?

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“Como usar a crise ao seu favor?” Diante de uma crise com tantas faces, essa busca nunca esteve tão atual. Enquanto alguns procuram ocupar o tempo livre para descobrir novas aptidões, outros inovam na forma de oferecer seus produtos/serviços e outros, ainda, conseguem encontrar a oportunidade certa para realizar grandes projetos, como expandir patrimônio e rentabilizar investimentos, por exemplo. Surfar contra a maré pode parecer impossível e pode até soar injusto com quem não tem o mesmo privilégio, mas é um fato a ser encarado e (por que não?) usufruído. No mercado imobiliário essa dicotomia fica bem evidente. 

Enquanto algumas pessoas podem ter que se desfazer de alguns bens para reparar prejuízos financeiros, outras, economicamente mais estáveis, têm nas mãos oportunidades que talvez nunca tenham tido antes. Com a Selic em 2,25% ao ano, o menor patamar da história, o poder de compra é a maior vantagem do momento. Se antes você tinha crédito aprovado de R$ 60 mil, hoje, com a mesma renda pode conseguir até R$ 100 mil, por exemplo, com uma parcela equivalente ao valor de um aluguel. Isso porque tomar crédito no Brasil nunca foi tão fácil e barato. A explicação está justamente nas taxas de juros extremamente baixas, podendo chegar a 2,95% ao ano, na modalidade corrigida pelo IPCA. Inclusive as linhas mais conservadoras se mostram muito atrativas pro momento atual, podendo variar entre 6,50% e 8,50% ao ano, se corrigidas pela TR. Assim como as taxas não despencaram do dia pra noite, também não devem aumentar radicalmente, de uma hora para outra. A previsão é que ainda permaneçam estáveis pelos próximos 2 ou 3 anos. 

Mas pouco valeriam taxas tão atrativas se a disponibilidade de crédito não acompanhasse o movimento, não é mesmo? E esse é justamente outro diferencial do período que estamos vivendo. O founding, ou seja, a fonte de recursos disponíveis para financiamentos habitacionais, tem crescido substancialmente desde o último ano. Segundo a ABECIP (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), em 2019 houve um aumento de 15% nos financiamentos com recursos do SBPE e FGTS. Somente financiamentos com recursos da poupança apresentaram um crescimento de 37%. A projeção dos especialistas para este ano é que o cenário continue positivo, com aumento de 9% no saldo das cadernetas de poupança e 31% nos financiamentos SBPE. 

Como se não bastasse, o governo também reconhece a importância da construção civil para o PIB do país e tem reforçado a atenção ao mercado imobiliário. Recentemente investiu R$ 43 bilhões que possibilitaram uma série de medidas de incentivo à compra de imóveis. Entre elas, uma carência de 180 dias para o pagamento de novos contratos, possibilitando maior segurança e tranquilidade por parte dos compradores.

Inclusive pode ser por isso que você ainda não tirou os planos do papel: por não sentir confiança suficiente para assumir um compromisso a longo prazo. Mas se esse for o seu caso, cogite enxergar o investimento por um outro ângulo. Os financiamentos dão um lastro de pagamento bem grande, mas não significa que você precisa levar 30 anos para quitar o seu imóvel. É possível amortizar o saldo devedor de tempos em tempos para reduzir o prazo, baixar o valor das parcelas e, é claro, reduzir o total devido. 

O que falta mesmo é o imóvel ser visto como uma necessidade básica, importante o suficiente para que quem possui estabilidade de olhar pra frente, possa embarcar nas oportunidades que o mercado oferece. 

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