A Cotrijal segue inovando na produção de sementes. Na próxima safra de verão, todos os lotes de soja beneficiados na cooperativa chegarão ao campo somente depois de passarem por um novo processo que se beneficia da inteligência artificial para tornar ainda mais assertiva a seleção das melhores sementes.
A tecnologia pioneira já foi utilizada na última safra de forma experimental, em 20% da produção, e diante dos ótimos resultados agora passa a ser adotada em todo o volume de soja beneficiado. Dentre os ganhos, é a possibilidade de aumentar o índice de aprovação de um lote de sementes - na safra 2020/21, ao redor de 90%, pode superar os 95% de viabilidade com a nova tecnologia.
O equipamento é eletrônico, com base em dados de inteligência artificial, e seleção como sementes indesejadas em lotes de beneficiados. Essa identificação acontece de várias maneiras, com análise de núcleos, deformidades causadas por fungos e outros danos.
A gerente de produção de sementes, Cláudia Moi Soares Rother, explica que o processo até então realizado seguia os protocolos de gravidade, fazendo a seleção por tamanho, forma e peso. “Já conseguíamos fazer uma ótima seleção, mas hoje a cor da semente representa uma característica importante e com essa tecnologia conseguimos separar esses grãos e ganhar em qualidade”, pontua Cláudia.
O equipamento está localizado dentro do fluxo final do processo de beneficiamento de sementes. A tecnologia é japonesa e composta de 12 células, com utilização em toda a produção da UBS. As informações sobre núcleos e deformidades são lançadas no sistema, assim como as características das culturas que serão analisadas. Assim, a tecnologia identifica e guarda em sua memória as análises e informações. Case de sucesso na safra 2019/2020
Requerido à estiagem na safra de soja de 2019/2020, o mercado de sementes registrou o registro de sementes esverdeadas. Essas sementes, dentro de um lote, têm a tendência de prejudicar a qualidade, principalmente durante o período de armazenamento. Ou seja, não é seguro produzir um lote que contenha sementes esverdeadas. A produção de sementes da Cotrijal conseguiu tornar viáveis alguns lotes, o que seria impossível sem a utilização na tecnologia.
O indicador - Mais de 90% do volume rebeneficiado teve aprovação de viabilidade. Com a tecnologia também foram identificados outros problemas, como mancha púrpura, mancha café, danos mecânicos e sementes com deformidade física.
Pioneira na tecnologia
A Cotrijal é uma das primeiras a utilizar a tecnologia no beneficiamento de sementes de soja no Brasil e pretende ampliar o uso para o trigo e as demais culturas. Hoje, produtores de sementes de café e arroz adotam a tecnologia no país.
“O maior objetivo sempre foi produzir a melhor semente e fazer a diferença nas lavouras de nossos associados, de forma sustentável e unindo tecnologias de ponta. Com essa melhoria, pretende atender essas demandas e avançar nesse mercado tão competitivo ”, destaca o superintendente de Produção Agropecuária, Gelson Melo de Lima.
O engenheiro agrônomo Leonardo Rosso, que atua na unidade Cotrijal de Passo Fundo, em visita à UBS, conheceu a tecnologia e se destacou que nenhum campo será priorizado os ganhos. “Uma semente industrializada que passa por uma série de beneficiamentos e processos de qualidade chega na lavoura preparada para expressar o seu melhor, com alto padrão de vigor e germinação. Quem ganha é o produtor ”, explica.
O associado Juliano Costa, de Carazinho, é multiplicador de sementes e também vê de forma positiva o investimento. Para ele, a Cotrijal segue uma tendência de investimentos para manter uma semente de qualidade no mercado e atender as exigências do seu produtor. “A semente é um dos principais insumos para uma produção satisfatória e a tecnologia vem para nos proporcionar cada vez mais assertividade”, detalha o produtor, que trabalha com 225 hectares de soja.