A conta de energia elétrica está mais cara e as perspectivas não são boas para os consumidores. O sistema de bandeiras tarifárias foi acionado e chegou neste mês à bandeira vermelha no patamar 2, o mais alto do sistema. Assim, a cobrança adicional é de R$ 6,243 para cada 100kWh (quilowatt-hora) consumidos. Além disso, até o final do mês a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deve decidir sobre o aumento no valor das bandeiras tarifárias, sendo que o reajuste deve passar de 20%.
“A causa é a falta de água, a necessidade de utilizar um processo mais caro, e a consequência imediata é que vai encarecer para o consumidor o quilowatt por hora”, resume a professora e economista Cleide Fátima Moretto, coordenadora do curso de Ciências Econômicas da UPF.
O país está vivendo a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, com os reservatórios das bacias das principais usinas hidrelétricas em níveis muito baixos. Por isso, foi necessário acionar mais usinas termelétricas, que têm custo de geração de energia mais alto. Além disso, a professora aponta como outro fator do encarecimento da conta, o aumento definido pelas distribuidoras para o consumidor, o que depende de cada estado.
A tendência é que a bandeira siga no patamar mais alto devido às condições climáticas, de acordo com a professora. A estação mais seca do ano na maior parte do país, o inverno, está apenas começando. “Para uma família de quatro pessoas, foi estimado que se gastará no mínimo um valor próximo de R$ 325 a mais na conta de luz ao longo do ano, se manter a bandeira vermelha até o final do ano”, explica a professora.
Além do aumento para as famílias, a conta fica mais cara para as empresas. “A energia elétrica é um insumo de produção necessário para todos os processos”, lembra Cleide. Desta forma, também fica mais caro produzir no país.
Dicas
A saída para quem precisa economizar é gerir o consumo. “É ruim na nossa região, é complicado gerir o consumo em pleno inverno”, considera a professora. Apesar dos avanços tecnológicos, os aparelhos climatizadores seguem com custo elevado. Ainda assim, a utilização dos equipamentos com alto consumo pode ser repensada. A professora recomenda reduzir o tempo de banho, já que o chuveiro é um dos equipamentos com consumo mais elevado; otimizar a utilização de máquina de lavar, assim como do aspirador de pó; secadores e ferro de passar roupa. “Para aqueles que precisam controlar o orçamento, vale esse tipo de economia”, recomenda a economista.
Taxa de coleta de lixo
Na última semana, a Secretaria Municipal de Finanças informou que a taxa de coleta de lixo não está mais sendo tarifada na conta de luz. A mudança se deve à mudança na legislação e o valor do serviço será discriminado, identificado e cobrado junto com o carnê ou boleto emitido para cobrança do Imposto Predial, Territorial e Urbano (IPTU). A taxa de coleta de lixo referente aos meses de janeiro/2021 e posteriores será cobrado conjuntamente com o IPTU de 2022.